quinta-feira, dezembro 15, 2011
dia molhado
quinta-feira, dezembro 08, 2011
o velho da janela
Até hoje não sei por que ele me deixava tão irritada.
sábado, novembro 26, 2011
a cidade é outra
que começa a nascer
sexta-feira, novembro 11, 2011
Hoje tô lá no poema dia
http://poemadia.blogspot.com/2011/11/beco-do-mundo.html
Beijos
quinta-feira, novembro 03, 2011
estrelas da noite
(buda)
domingo, outubro 23, 2011
anjo caído
Ele entrou e disse que estava frio lá fora. Bebeu o café quase frio e acendeu um cigarro. Disse que aquele dia tinha visto algumas pessoas estranhas que o seguiam. Jurou que não era paranoia. Perguntou sobre os gatos e se esticou no sofá. Falou sobre o possível apocalipse mas disse que não acreditava em anjos. Elogiou a música que tocava, acho que Coltrane, e falou que nesse momento vinha uma paz quase inevitável ou que a vida tinha algum sentido. Pediu pra eu soltar os cabelos e sentir o cheiro do xampu que gostava. E ainda, com voz baixa e com os braços fortes, me puxou para o seu lado e me deu um beijo longo. Sua boca tinha gosto de menta, provavelmente, alguma bala para tirar o gosto do cigarro. Estava intensamente sensual, com os cabelos despenteados e cheiro de chuva. Dormi em seus braços e quando acordei já tinha ido embora. Ele era assim, aparecia em qualquer hora, dizia coisas sem sentido ou ficava preso em seu silêncio. Eu entendia esse homem de poucas palavras e gestos definitivos. E ele sabia disso. Talvez fosse ele um anjo caído por acaso em minha vida.
sexta-feira, setembro 23, 2011
nem a primavera
as palavras não saem mais
nem da minha pele
das feridas abertas
dos meus dedos
dos meus olhos cansados
ou do amor que perdi
muito menos da primavera que chegou com força
pura poesia
ficaram presas talvez para sempre
no abismo inatingível de mim
sexta-feira, setembro 09, 2011
No poema dia
Ando sem tempo mesmo, trabalhando demais. É um período difícil de escola, revisão de tese de doutorado(não minha) e mãe doente. Não posso visitar todos blogs de que gosto e muito menos deixar comentários. Mas, brevemente, estarei de volta. Hoje publiquei no poema dia.
Pra conferir é só clicar aqui.
Beijos
sábado, setembro 03, 2011
muito lindo
Nada como uma massagem no ego. Pra conferir clik aqui. Vale a pena! Beijos
PS: Estou bastante ausente, mas quando o trabalho acumula a poesia fica acumulada também, mas na cabeça. Uma hora explode! Beijos
sábado, agosto 20, 2011
o dia em que estava mulher
com o ar de nuvens destoante do resto do espaço
tudo estava em ordem naquele momento
os quadros na posição correta
o chão limpo e os móveis sem poeira
a louça lavada e as roupas secando ao vento
era um dia de sol morno
os gatos estirados com a barriga pra cima
e o cheiro de limpeza no ar
tudo estava em ordem naquele momento
as plantas regadas a roupa de cama trocada
as toalhas com cheiro de amaciante
e a comida cheirando no fogão
eu era mulher feliz naquele dia
e cantava com lô:
"quando chego a fim de falar
ela dorme em frente à tevê"
estava mulher nesse dia morno
com os cabelos lavados
as unhas feitas
e sem pelos nas axilas
e sem pelos nas virilhas e nas pernas
a pele macia com cheiro de manhã
você estava sentado nessa cadeira fria de madeira
e eu não pensava em feminismos ou em literatura
nem nos amigos que estavam ali perto
bebendo no bar da esquina
eu estava mulher feliz naquele momento
e tudo estava em ordem
por um dia naquele dia
era mulher feliz
sua mulher
por apenas um dia
domingo, agosto 14, 2011
sua presença
quando ele se foi deixou sua presença invisível
uma máquina de escrever
um relógio que sempre marcava a mesma hora
uma lata de rapé pequena, palavras cruzadas
um livro de camões que sabia de cor
e o tapete queimado de cigarro
o som de seu riso e de sua sabedoria
o abraço no ar que até hoje busco
quando ele se foi
tinha um bem-te-vi na janela
e hoje também tem um
me pego com o coração pequeno
e sinto meu velho pai me abençoando
(republicado)
sexta-feira, julho 22, 2011
santê
vou ficar nesta cidade
ir em santa tereza e ver a noite em beagá
ontem fui lá
os bares as ruas a música
era assim que era a cidade
e em santê ainda continua
continua em cada cigarro aceso
em cada copo de cerveja tomado
no povo louco que passa
nas mesas espalhadas nas calçadas
nos amigos do passado
nos poetas que recitam versos imcompreensíveis
na bossa nova e no rock and roll
a cidade continua em santa tereza
nas casas antigas e nas praças
nas farmácias com ph
ninguém pensa na morte
as ruas são calmas e cheias de vida
tem o macarrão do bolão
pra fome da madrugada
as crianças andam de bicicleta
as famílias se misturam com os boêmios
tudo é harmonia
e lá o tem clube da esquina
ontem fui em santa tereza
e ouvi música boa
a cidade continua lá
e continua no meu travesseiro
quando chego e me deito
e a lua ainda na janela
domingo, julho 17, 2011
Lá no Maria Clara
Pra conferir é só clicar aqui.
Beijos
sábado, julho 09, 2011
Hoje no poema dia
Pra conferir é só clicar aqui.
Beijos
PS: Gostaria de estar mais presente nos blogs que sigo, mas é tempo de fechar o semestre e o trabalho de professor nessa época é dobrado. Mas logo vou ficar em dia com vocês. Férias!!!!!!!!!
quinta-feira, junho 30, 2011
um poema para mim
Beijos
terça-feira, junho 07, 2011
a noite sou eu
sou a noite escura fria sedenta
se lua me encolho em sua sombra
se chuva me afogo em poesia
quando as luzes da cidade acendem
as pessoas nos bares ou voltando pra casa
saio em busca de meus pedaços jogados
nas esquinas e nos becos
sou os gatos
que rondam as mesas dos bares
em busca dos restos de comida
os bêbados em sua solidão mascarada
as putas atrás de seus homens perdidos
a noite sou eu a música
os ratos despercebidos e cinzas
os pássaros noturnos e silenciosos
a noite sou eu sem lua
quinta-feira, maio 26, 2011
I'm so tired
(texto republicado levemente alterado)
segunda-feira, maio 09, 2011
quarta-feira, abril 27, 2011
cenas da terra
ouvi os gritos de quem estava sendo engolido pela terra
e deles não tive pena
as casas continuavam brancas como fantasmas perdidos
e as crianças corriam loucas pelos passeios
uma mulher acabava de comer uma maçã vermelha e doce
e jogava as cascas para os pombos e abutres
uma velhinha empurrava com a bengala
as fezes dos pardais ensandecidos
o rio transbordava e jogava seus excrementos
contaminando o canal e as pessoas
um bando de velhos jogava cartas
nos bancos da praça abandonada
o poeta tentava achar a palavra que faltava
para completar seu poema de mil versos
os cães mastigavam uma carne transparente
não se sabia se era de gente ou de bicho
cavalos selvagens não corriam
apenas observavam o ritmo da natureza
a terra continuava a engolir os desvalidos e os afortunados
um homem lançava pedras no lago escuro
enquanto isso alguém tocava John Coltrane
e enfeitiçava a lua pálida
a terra parou e vomitou seus mistérios
e vomitou seus filhos seus bichos
sua decadência seus deuses sua arte
e finalmente adormeceu
(texto republicado)
segunda-feira, abril 25, 2011
hoje é aniversário dela
Hoje é o aniversário de minha mãe. 86 anos. E faz dois meses que ela está internada, se alimentando através de sonda, respirando pela máquina, sem falar, sem nunca mais falar. No entanto, seus olhos brilham e nos dizem coisas que não sabemos o que é, mas sentimos forte, muito forte.
Mamãe continua em um leito estranho de hospital e é aniversário dela. Não sei se sabe que hoje é seu dia. Talvez ela pense na família, na grande família em volta da mesa ou espalhada pela casa, os gritos das crianças, os netos, os bisnetos, a música, os risos, os abraços, o amor de cada um de seus filhos. Talvez sua festa seja em outro lugar...
Hoje é aniversário de minha mãe e não sei comemorar...não consigo comemorar. Só dizer do amor que tenho por ela pra sempre.
quarta-feira, abril 20, 2011
segunda-feira, abril 04, 2011
sai de mim
sai de mim coisa ruim
vai pra onde eu não te encontre mais
infeste outro corpo que não o meu
estou cansada
quem sabe outra goste
de seu mau agouro
invente outro mal
que esse já me basta
tire esses olhos de cão sem dono
e essa voz macia de minha pele
vai pra lá
onde o diabo consiga te carregar
porque eu não consigo mais
domingo, março 27, 2011
quarta-feira, março 23, 2011
canto maldito
choro por você, ginsberg
e por todos os malditos que povoaram o mundo
seu uivo ainda é ouvido
e faz sangrar os ouvidos dos insensíveis
as américas clamam por poetas
que fazem rolar as pedras
mas há um abismo profundo tão profundo
os homens não sabem mais enxergar
têm medo das próprias almas
"se deixaram foder no rabo"
por dinheiro, poder e religião
e jogam aos cães as tripas de que se serviram
ensandecem a cada dia e continuam levando soldados
para morrerem por uma pátria que nunca existiu
não há mais volta, ginsberg
o mar invadiu as cidades
há o veneno invisível
que contamina o oriente
e deixa seu rastro pelo resto do planeta
a poesia se faz quase muda
os poetas querem uivar
mas a fumaça negra é maior
os poentes são de sangue poeira
o diabo anda solto e dança
sobre os mortos com suas mãos de sombras
choro por você, ginsberg
por todos os poetas
por todos desgraçados
pelos anjos perdidos sem asas
pelos solitários pelos bêbados
pelas putas pelos profetas
por mim
quinta-feira, março 17, 2011
por ela
que eu dormisse com os anjos
e me abençoou todas as noites
quando ela me acudiu em momentos difíceis
e me confortou com sua presença
quando eu não tinha pra onde ir
e sabia que ela estava lá...
quando eu viajava e tinha sempre na volta
a certeza de seu abraço de seu amor
de seu sorriso
tudo parecia mais fácil
ela era um porto manso e doce
agora ela está num leito estranho de cti
cheia de tubos e soros
a máquina respira por ela
mas seus olhos ainda me olham
e me dizem que está tudo certo
embora ela não fale mais
e meu coração rasgado e pobre
ainda aprenda com ela
então, penso nos anjos
e se eles existem
que velem por ela
e lhe tragam a paz
quarta-feira, março 16, 2011
No Maria Clara
Pra conferir é só clicar aqui.
Beijo.
PS: Mamãe continua no CTI e fica tudo meio sem graça, meio triste.
quarta-feira, março 09, 2011
sexta-feira, fevereiro 25, 2011
Minha mãe está no CTI
Está imersa num mundo cheio de luzes artificiais e aparelhos. Não respira direito. Não fala. Não come. Apenas responde com a mão e com a cabeça aos estímulos. Está fraca com os olhos fechados.
Não estou no CTI, mas vejo a luz do dia como se fosse noite. Também não respiro direito.Também não falo direito. Meus olhos também estão fechados.
Minha mãe está no CTI, eu perdida e com o coração partido.
Minha mãe está no CTI e eu não posso fazer nada.
PS: Minha mãe foi internada terça-feira, um dia depois do meu aniversário, com AVC.
Hoje o quadro dela piorou, evoluiu para pneumonia.
O que sei é que desejo que ela não sofra e o que tiver que acontecer que seja o melhor pra ela.
Seus oito filhos(me incluindo) estão como bezerros desgarrados e tristes.
terça-feira, fevereiro 22, 2011
Encontro Desmarcado
PS: Texto republicado, mas amanhã tenho consulta. Argh!!
segunda-feira, fevereiro 21, 2011
Um presente de aniversário
A Larinha, uma poeta de primeira, me dedicou um poema lindo.
Um presente de não se esquecer nunca. Amei e espero que gostem.
É só clicar aqui.
Beijos
quarta-feira, fevereiro 16, 2011
amanheceram estrelas
essa noite não aconteceu
nem a seguinte
amanheceram estrelas
a cama azul
o travesseiro na forma de sua insensatez
seu cheiro perdido nas fronhas
banho frio, cabelos lavados
casa clara, café
cigarro na área aberta
música, livros, tevê
a vida podia ser boa
sem você aqui
e era, e foi
segunda-feira, fevereiro 14, 2011
Olha o que o Danilo fez!!
quinta-feira, fevereiro 10, 2011
ruínas de mim ou prosa quase sem sentido
nuvem que não chove
presa nas ruínas do velho mundo
sou como uma gladiadora de mim
os leões me esperam famintos
os labirintos não indicam o caminho
procuro alegria
sim, um dia fui feliz
mas os porões estão mais escuros
minha juventude ficou perdida nas noites da cidade
e nos olhos intensamente brilhantes dos meus filhos
quarta-feira, fevereiro 09, 2011
segunda-feira, janeiro 31, 2011
ciao
entre esculturas e catedrais
vinhos davis e cardeais
encontrei a itália
e me desfiz dos trópicos
pelo menos por quinze dias
vi cidades esculpidas pelo vulcão
mortos petrificados em seus movimentos cotidianos
igrejas franciscos claras miguel ângelo e da vinci
papas e filósofos em seus túmulos de mármore
ruínas gigantes toscana veneza florença
e a torre torta em agonia
praças e lojas finas a fonte que não seca
até joguei uma moeda
gente bonita e azeite da melhor qualidade
a história presente jogada em sua cara
me dei conta do frio que faz
na alma e tudo mais
quando sua terra fica além-mar
mas quando pus o pé na terrinha
o calor e o bar da esquina
e falei com a língua que é minha
pude ter certeza mais uma vez
que aqui é o meu lugar
terça-feira, janeiro 04, 2011
uma pausa
Tô indo pra Itália e volto no fim do mês.
Obrigada a vocês que sempre comparecem aqui e fazem a diferença.
Isso faz a gente querer continuar e deixa a alma mais leve...
Um 2011 porreta pra todos!
Beijos