quando ele se foi deixou sua presença invisível
uma máquina de escrever
um relógio que sempre marcava a mesma hora
uma lata de rapé pequena, palavras cruzadas
um livro de camões que sabia de cor
e o tapete queimado de cigarro
quando entrei no quarto
o seu cheiro
o som de seu riso e de sua sabedoria
o abraço no ar que até hoje busco
quando ele se foi
tinha um bem-te-vi na janela
e hoje também tem um
me pego com o coração pequeno
e sinto meu velho pai me abençoando
(republicado)
o som de seu riso e de sua sabedoria
o abraço no ar que até hoje busco
quando ele se foi
tinha um bem-te-vi na janela
e hoje também tem um
me pego com o coração pequeno
e sinto meu velho pai me abençoando
(republicado)
15 comentários:
Belíssimo poema, Adriana Godoy.
Há autores que mesmo externalizando sentimentos doloridos e intensos, como a perda de alguém que muito se ama, conseguem conferir enorme beleza às paisagens descritas.
Você é uma dessas raras poetas que transforma as dores e perdas em matéria de poesia com leveza e simultaneamente profundidade estética.
Em sua presença, leio vida.
Um abraço afetuoso, minha amiga.
H.F.
Oi, HF. Suas palavras me comovem. Gosto de sua presença por aqui. Obrigada mesmo. Beijo
Adriana querida, belo, belo! Senti saudades do meu também.Beijo.
Dri
Benção de Pai é pra sempre!
Linda e tocante poesia.
Bjs
Adriana,
Seu poema me traz lembrancas, que,curioso,se parecen...meu pai quando vivo sdorava. Bentevis...qdo ele morreu,ha treze anos, mo seu enterro houve uma reviada e cantoria de bentevis no cemitero na hora do enterro...jamais o esqueci,jamais o esquecerei...eu e ele temos a mesma alma de desprendimento e de amor aa poesia...
Seu poema me emocionou
Abracios
Danilo
Adriana,
Seu poema me traz lembrancas, que,curioso,se parecen...meu pai quando vivo sdorava. Bentevis...qdo ele morreu,ha treze anos, mo seu enterro houve uma reviada e cantoria de bentevis no cemitero na hora do enterro...jamais o esqueci,jamais o esquecerei...eu e ele temos a mesma alma de desprendimento e de amor aa poesia...
Seu poema me emocionou
Abracios
Danilo
DRI!
A gente sente tanto! Mas o que mais sinto é o fato dele ter me deixado sozinha, sabendo que sou boba.
Este amor que você passa pata o passarinho, me comoveu,
Beijos, poeta!
Mirze
Emocionante em toda a sua simplicidade de imagens familiares.
Adorei.
Conheço bem essa sensação.
Um poema singelo que diz tudo das perdas e das saudades...
bj
Rossana
↓
"Revês um BEM que te viu!"
a.PAI.xonei!
be:)o!
Ah, Dri, eles sempre farão falta, porque marcaram tanto, cada um a seu modo não é mesmo? Como passarinho, como árvore, cada árvore que vejo até hoje me recorda o Bily, querendo que eu soubesse qual era cada uma, vê se eu soube, sei ou saberei????Mas, como árvore, pássaro ou tudo junto, eles nos legaram dimensões imensas, não é mesmo?
bjos menina, te prometo não bater nos seus filhinhos...se é que você me entende, rssss
Pessoal, agradeço de coração os comentários. A alma fica mais leve. As palavras de cada um de vcs fazem sentido e comovem.
Valeu demais!
Beijo
Muito lindo, Adriana, muito lindo...
Um beijão,
Dani
é
essa percepção
que faz de vc uma poeta
diferente - e boa
eu já li esse poema
ou é um daqueles poemas
que de tão bons
são familiares desde sempre.
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