terça-feira, junho 08, 2010

doce caminho

rascunho em folha de caderno/ guache/ rafael godoy

queria não ter essa cara amassada
esses olhos cansados
e o coração estranho

queria ser o que não fui
mas sou o passado
com o corpo podre e gasto

mas gosto de abrir a janela
e ver essas manhãs frias de junho
me batendo nos cabelos

ainda posso ouvir os stones
dylan joplin tom e chico no sofá de casa
fumar o meu cigarro sem grilhões
e beber meu vinho sossegadamente

parece que o caminho para a morte
pode ser mais doce em dias como esses





43 comentários:

Adriana Riess Karnal disse...

Adri Godoy,
o passado nem sempre nos condena...sim, o caminho para morte pode ter gosto.Lindo!

Anônimo disse...

Algumas escolhas de tons e semi-tons podem ajudar numa breve parte de nossa história.

Muito bom, Dri!

Beijão!

Lou Vilela disse...

Através de sua poesia, todos os caminhos podem ser doces. ;) Belíssimo, Dri!

Beijos

dade amorim disse...

O mal da vida
é que na entrada
se engendra a saída

Uma verdade absoluta em torno da qual giram todas as verdades relativas, parciais e controversas que nos acossam. Só resta viver o que nos parece o lado bom da coisa, já que ele existe.

Beijo e obrigada pela mensagem.

nydia bonetti disse...

Ando abrindo janelas parecidas... Lindo, Adriana. beijo.

Unknown disse...

Que somos sem sua poesia, DRI!

Esta escancara vida e morte, tão docemente em sua poesia,


Belo demais!

Beijos

Mirze

Unknown disse...

Olá Adriana,

"O que somos hoje e o que seremos amanhã depende de nossos pensamentos".

Bonito seu poema,


abçs



Ana Lgo.

nina rizzi disse...

que coisa maravilhosa, querida. eu vou ellenizar. ah, vou sim :)

beijos.

Úrsula Avner disse...

Oi Adriana,

belo poema com um tom melancólico bem delineado em versos de puro lirismo e sentido existencial ! A tela do Rafael é linda também... Bj com carinho.

José Carlos Brandão disse...

Lembrei-ne logo do Retrato de Cecília Meireles - "Eu não tinha este rosto de hoje..."
Vivemos sempre em busca da face perdida, como se fôramos mais quando fôramos passado. Mas a vida é urgente - e a sua poesia mostra bem essa urgência da vida. Gostei de ler. Fez-me bem.
Um grande abraço.

Renata de Aragão Lopes disse...

Bem ao seu estilo, não?

Não a conheço, Dri,
mas acredita
que já lhe criei
uma imagem? : )

Beijo,
doce de lira

Marcelo Novaes disse...

Dri Godoy,




É um caminho aplainado.


[Rafael Godoy também manda muito bem!].




Um beijo.

Ianê Mello disse...

Abra as janelas, deixe o sol entra.
Viva um dia de cada vez. Esqueça o passado.

Não pense que acho fácil, mas tento.
Grande bj.

Devir disse...

Rss, acho que voce acertou
mas foi muito generosa, ao corpo
que não merece este talento tão
água parada ao devir que não pára

e ainda bem que é inverno
e não é o primeiro, levanta daí
Já não existe apenas sonhos
sobre as asas da pan air

Existem sensações, muitas, demais e
depois de um tempo, não se espera
por quem fica esperando, e só não
se pode ficar brincando, ou enruga

Quanto custa a caninha?
Sem beber
prefiro pagar, porque
sempre só paguei para sofrer

Não suporto tanta oscilação
entre dor e prazer
quando de graça

Anita Mendes disse...

AHHH! essa melancolia que so a drika sabe manipular...
AH!que doce veneno da lembranca de nos fazer lembrar.
(Ate rimou )rs
drika bitinik com cafe e sempre bom.
drika nililista com cigarro... e melhor ainda!kkkkkkk
beijos pra ti amoreco! ADOREI!
Anita.

[ rod ] ® disse...

Sempre há um caminho leve sem pressa ou tentativas condensadas. Onde o sentir tem gosto de dois, cheiro e vinho.

Bjs moça!

Mauro Lúcio de Paula disse...

Adriana,
as estações do ano parecem um termômetro externo que nos transformam em alpinistas, ora estamos no topo ora nos vales. A morte nunca muda depende da altura que nos encontramos na montanha.
Mas é muito bom pensar a morte pode ser mais ou menos doce. Que bom!
Mauro Lúcio de Paula

Andrea disse...

Leve, leve esse Dri! Chico pediu pra te falar que concorda, sente e percebe como você!!!!????... Só mudaria pra cerveja e não fuma mais...
O estudo do Rafa, está ótimo, parece até que foi feito pro texto!


Andrea

Ribeiro Pedreira disse...

há vinhos delicadamente sossegados que, com boa música, compõem a doçura dos dias amenos.
O caminho para a morte é o único que seguimos conscientes.

Sigo a tua poesia!!!
Bjos

Tarcísio Buenas. disse...

pode até ser, mas também pode ser amargo e bem cruel.

bj

Wania disse...

Dri

Estas manhãs frias de junho aquecem até os mais gélidos caminhos. Vale a pena abrir a janela... apesar de tudo!


Bjs

Wania disse...

Dri, voltei para dizer que o "rascunho em folha de caderno" do Rafael ficou demais! Um obra de arte em folha de caderno...

Casamento perfeito com o teu "Doce Caminho"!


Agora fui...

tania não desista disse...

lindo ,adriana! e a poesia passeou
no tempo,no passado,na história.
tem janela...paisagens...cheiros e
sons.
e...sonhos!
e...no sofá do rafa...tudo é possível!
bjos nos dois

Luciano Fraga disse...

Adriana querida poeta, nesses tempos de angústia...Acertou em cheio com uma receita muito especial, na hora H, é preciso ter classe, coragem e poesia, se houver tempo... Beijo.

Adriana Godoy disse...

A todos vocês, e eu sei de cada um, um por um, um beijo. Como valem seus comentários!

Fred Matos disse...

"parece que o caminho para a morte
pode ser mais doce em dias como esses"


Considerando que a vida é sempre o caminho para a morte, só me resta concordar com você, Adriana.

O Guache do Rafael é ótimo, assim como o poema, que parece ter sido inspirado por ele.

Beijos

byTONHO disse...



Somos formigas carregando doçuras
pelos caminhos!

Um doce "DRInque"...

guru martins disse...

...descanse em paz...
foi bom te ler

bj

danilo disse...

adriana,
ler seus poemas é sempre um prazer renovado...
este, embora triste, carrega aquuele lirismo de sempre, meio manuel bandeira em pneumotorax- suave, doído, muito zen, eu penso...
lindo!
grande abraço,poeta, e obrigado peor estar sempre os textos que "cometo"
danilo

danilo disse...

ddigo, por estar sesmpre lendo os textos

Ivan Bueno disse...

Oi, Adriana.
Gostei desse pema, do teor, da reflexão e do otimismo que "enterra" o tom inicial, meio macambúzio (desenterrei esta palavra! rs...).
Ótima trilha sonora, com sofá, vinho e um clima ameno, é ótimo. Minha visão de morte com certeza precisa ser abrandada, mas é trabalho que se faz paulatinamente. Haja análise.
Gostei do seu blog, também, e obrigado por ir lá ao meu. Já vou lendo aqui e sou seguidor. Segue lá também, vai? Dá ibope! (rs...) "Quem escreve quer ser lido" - frase de uma amiga minha, Eugênia Fraietta, do blog bichodesetecabeças, e eu complemento a frase dela "...comentado e seguido". Nada como duas cabeças penando, né? (rs...)
Beijo grande,

Ivan Bueno
blog: Empirismo Vernacular
www.eng-ivanbueno.blogspot.com

Furlan disse...

A morte, como você a retrata, é vida. Em seus lábios, ela é cálida e desejável. Em sua pena, é pura poesia.
Abração de duas asas!

sopro, vento, ventania disse...

Na sua doçura, até a lembrança do que não queremos torna-se adorável.
bjs.

Talita Prates disse...

(um bom segredo) para um (bom) caminho para a morte
talvez seja justamente esse
: gostar de abrir a janela.

Muito, muito bom texto, Adriana.
Gostei imenso.

Um bjo,

Talita
História da minha alma.

Talita Prates disse...

: abrir a janela
e beber do vento
e ouvir a música das pedras
(sejam quais forem).
(Se o fim é inexorável,
que a vida também o seja
nas suas nuances agridoces.)

marcos assis disse...

gostei do blog.
essas imagens do rafael godoy são geniais!!! foda! de brilhar os olhos

Lai Paiva disse...

Adriana, gostei tanto, tanto. Belo poema. Belo retrato de vc mesma. Bj

Ígor Andrade disse...

Bonito!
Abraço, Adriana!

Sylvia Araujo disse...

"ainda posso ouvir os stones
dylan joplin tom e chico no sofá de casa
fumar o meu cigarro sem grilhões
e beber meu vinho sossegadamente"

Isso nos faz o sangue circular com mais paixão. E rejuvenece.

Lindo

Beijo, Adriana!

aluisio martinns disse...

não ha solidão para poeta, estavas aqui acompanhada do chico, dylan, janis e a si, mlehor companhia não há.

Anônimo disse...

Gostei do que vi aqui.

Estou seguindo e convido:

www.espacointertextual.blogspot.com

BAR DO BARDO disse...

a galera me exige publicação

deveriam exigir isso de você

adriana

(eu exijo!)

bj.

BAR DO BARDO disse...

p.s.:

livro com umas ilustrações do seu filho, é claro...

embora o principal seja é claro a sua poesia.