Gente, tem um poema que a Hercília fez pra mim no blog dela. Vale a pena. Recomendo, narcisismo à parte. Beijos.
http://fernandeshercilia.blogspot.com/
sexta-feira, abril 24, 2009
sábado, abril 18, 2009
manhã
quarta-feira, abril 15, 2009
Eles
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No dia em que estava acorrentada
aos pés da mesa de meu pai
Vieram todos eles
De uma só vez e sussuraram maldições
Vieram todos de uma só vez
Nenhuma pena tiveram
Vociferavam palavrões
Diziam coisas impróprias
Não ligaram para os meus olhos
Não ligaram para meu choro mudo
Acorrentada ainda estava
E dançavam à minha volta
Mostravam seus corpos nus e retorcidos
E quase ingênuos e quase maus
Deliravam em seu êxtase
Falavam línguas estranhas
E exibiam sua enormes línguas
Viscosas e vermelhas
Às vezes as tocavam em mim
E eram quentes
E eram úmidas
Ainda acorrentada
Ainda atormentada
Vi pouco a pouco
Todos eles indo em direção à porta
Que estava entreaberta
E fugiam delicadamente
Saíam em harmonia
E eu ali acorrentada
E eu ali apavorada
E quando meu pai chegou
Abriu o cadeado
E me soltou das correntes
Perguntou:
"Está com fome, menina?"
Nenhum som saiu de minha garganta
Ele pegou o chicote
E me deu algumas chibatadas
E me disse: "Faço isso para o seu bem"
Respondi docilmente:
Sim, meu pai
E fiquei olhando aquela porta
Esperando que eles voltassem
E de novo meu pai saiu
E de novo me acorrentou
Mas nunca mais eles vieram
Nunca mais ouvi as suas línguas
Estava finalmente amaldiçoada
A solidão para sempre
Apenas um som
A voz de meu pai
E me deu algumas chibatadas
E me disse: "Faço isso para o seu bem"
Respondi docilmente:
Sim, meu pai
E fiquei olhando aquela porta
Esperando que eles voltassem
E de novo meu pai saiu
E de novo me acorrentou
Mas nunca mais eles vieram
Nunca mais ouvi as suas línguas
Estava finalmente amaldiçoada
A solidão para sempre
Apenas um som
A voz de meu pai
Que perguntava sempre:
"Está com fome, menina?"
E eu disse naquele dia:
"Sim, meu pai"
"Está com fome, menina?"
E eu disse naquele dia:
"Sim, meu pai"
Ele guardou o chicote
E vi em seus lábios
Um ligeiro sorriso
E vi em seus lábios
Um ligeiro sorriso
( texto escrito há mais tempo)
sexta-feira, abril 10, 2009
devaneios quase apocalípticos
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Descartes descartou as curvas
Maquiavel nem tão maquiavélico era
Sócrates bebeu do pŕoprio veneno
Platão eternizou-se nas cavernas
Pilatos ensaboou as mãos
A Aristóteles deixou as moedas
Pedro negou-se três vezes
Judas se perdeu nos confins do mundo
Beethoveen chegou à perfeição
Nero incendiou tudo
Lúcifer desceu à terra
Deus abandonou a criação
Dante, inferi que o inferno é aqui
Chamas ardem por todos os lugares
Chamo alguém clamo berro
Os edifícios sumiram das cidades
Nunca mais a lua!
Nunca mais a lua...
A lua nunca mais
domingo, abril 05, 2009
fim de tarde
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(texto escrito há mais tempo)
quarta-feira, abril 01, 2009
expurgo
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