Os rios de dentro estão quase secos
Uma planície seca e árida se anuncia
O coração ainda guarda algum líquido
Para ser despejado no momento certo
A voz rouca indica mau agouro
Os abutres estão à espera calmos
Uma única nuvem negra não faz chuva
Mas encobre o sol vermelho
A manhã desperta silenciosa
Atenta ao menor ruído
Frágil a qualquer vento
A noite vem desesperada
Atônita negra pesada
Os pássaros noturnos sumiram
O corpo resta cansado
Sem dor sem frio sem nada
A alma parte suave
E um possível deserto se faz agora
terça-feira, junho 24, 2008
quarta-feira, junho 18, 2008
Alguma esperança
Quem determina o destino das coisas?
Quem determina: este vai morrer amanhã
e o outro vai viver mais cem anos?
Que diabo de vida é essa?
O peito dói lentamente, a boca seca
Você chega na janela
Vê aquela lua imensa, linda, doida
E você acredita mais
O coração fica mais doce
A alma mais leve
Talvez hoje você adormeça
E possa sonhar com um anjo de asas azuis
Possa deitar em seus braços
E entender alguns mistérios
Quem determina: este vai morrer amanhã
e o outro vai viver mais cem anos?
Que diabo de vida é essa?
O peito dói lentamente, a boca seca
Você chega na janela
Vê aquela lua imensa, linda, doida
E você acredita mais
O coração fica mais doce
A alma mais leve
Talvez hoje você adormeça
E possa sonhar com um anjo de asas azuis
Possa deitar em seus braços
E entender alguns mistérios
sexta-feira, junho 13, 2008
Pra sempre
Um dia você acorda, o telefone tocando e vem a triste notícia:
- Cê está sabendo dele? Tá muito doente, vai operar, o negócio é grave!
Em um segundo, passam milhões de filmes em sua cabeça. Você se dá conta da efemeridade e da crueldade da vida. Vêm em sua cabeça lembranças intensas de sua vida com aquela pessoa. Não pode ser, logo ele! Porra! Porra!
Em minutos, neste instante entre o telefone tocar e você saber, a vida e a morte se dão a mão. Estão muito próximas. E você perdida ali no meio. E agora?
Começa a rodar feito aquela barata que , no flagrante, atordoada, não sabe o que fazer. Anda de um lado pra outro, acende um cigarro, tenta fumar, esquece; vai comer alguma coisa, deixa pela metade, quer falar com alguém, não consegue, quer sumir e fica ali totalmente presente.
E sem perceber as lágrimas escorrem soltas, fortes, incontidas. Um soluço do fundo da garganta, uma dor palpável, um sentimento de impotência.
Quer acreditar em alguma coisa, uma ligação com deus, uma crença, uma fé. E não consegue.
Pensa nele, como é importante e tão intenso em sua vida. Porra! Tantas coisas, tantas e tantas...
As lágrimas explodem mais uma vez. E mais uma vez. E mais uma vez. Acho que pra sempre.
Em um segundo, passam milhões de filmes em sua cabeça. Você se dá conta da efemeridade e da crueldade da vida. Vêm em sua cabeça lembranças intensas de sua vida com aquela pessoa. Não pode ser, logo ele! Porra! Porra!
Em minutos, neste instante entre o telefone tocar e você saber, a vida e a morte se dão a mão. Estão muito próximas. E você perdida ali no meio. E agora?
Começa a rodar feito aquela barata que , no flagrante, atordoada, não sabe o que fazer. Anda de um lado pra outro, acende um cigarro, tenta fumar, esquece; vai comer alguma coisa, deixa pela metade, quer falar com alguém, não consegue, quer sumir e fica ali totalmente presente.
E sem perceber as lágrimas escorrem soltas, fortes, incontidas. Um soluço do fundo da garganta, uma dor palpável, um sentimento de impotência.
Quer acreditar em alguma coisa, uma ligação com deus, uma crença, uma fé. E não consegue.
Pensa nele, como é importante e tão intenso em sua vida. Porra! Tantas coisas, tantas e tantas...
As lágrimas explodem mais uma vez. E mais uma vez. E mais uma vez. Acho que pra sempre.
segunda-feira, junho 09, 2008
Amaldiçoadas
Nesse domingo letárgico cismo em usar palavras mais elaboradas.
Elas aparecem como por encanto, saindo do abismo mais profundo da minha memória.
Elocubrações tortuosas de uma mente ociosa.
Algumas me parecem familiares, talvez encontradas nos livros de autores mais antigos, de séculos passados.
Outras; não tenho menor noção de seu significado, mas aparecem, como se me pertencessem.
Não ouso não usá-las, não ouso não atendê-las.
Talvez estejam amaldiçoadas.
Elas aparecem como por encanto, saindo do abismo mais profundo da minha memória.
Elocubrações tortuosas de uma mente ociosa.
Algumas me parecem familiares, talvez encontradas nos livros de autores mais antigos, de séculos passados.
Outras; não tenho menor noção de seu significado, mas aparecem, como se me pertencessem.
Não ouso não usá-las, não ouso não atendê-las.
Talvez estejam amaldiçoadas.
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