visto de cinza a cidade
as ruas têm prédios demais
e eles não se cansam de criar outros a cada dia
as britadeiras perfuram minha cabeça
escondem as sirenes e buzinas
os gritos dos gatos o canto dos bêbados
as construções apagam a lua espantam o vento
silenciam os poetas
as montanhas são dilaceradas dinamite e cimento
a cidade que era minha
vai embora de mim
espalha pó nos cabelos embaça meus olhos
e deixa um gosto estranho na saliva
a cidade é outra
eu sou outra
mas ainda posso ver através da fumaça do cigarro
um sol pálido
que começa a nascer
Um comentário:
"onde o sol bate e se firma"
beijo
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