rascunho para tela/ rafael godoy
a daniel rubens prado
(buda)
(buda)
passavam sempre ali as putas
piranhas vadias maquiadas
pisavam com passos leves
purpurinas meninas mulheres
passavam ali e atormentavam
os senhores as senhoras
pudicos em seus lares e dogmas
passavam sim e eram belas e fogosas
a noite descia e trazia consigo
as estrelas- vênus das ruas
brilhavam e iluminavam
a vida e os desejos dos homens
não se sabia se eram fêmeas machos
travestidos andrógenos bichos bichas
não se sabia se sonhavam se amavam
se gozavam se seduziam se machucavam
eram estranhos seres felizes
donos da madrugada dos mundanos
dos menestréis mendigos magistrados
dos miseráveis dos mentecaptos dos mortos-vivos
na sombra da noite eram morcegos iluminados
à procura de sangue
dos inocentes ou dos culpados
vampiros imortais em seus desvãos de sedução
quando a noite se ia
e não se via mais a lua
as estrelas das noites
senhoras das ruas e dos bares
maldição de todos os lares
desapareciam nos bueiros da cidade
29 comentários:
Lindo Adriana!
bjo
Anamaris
DRI!
DEMAIS MESMO!
Um dos seus mais belos poemas.
Beijos
Mirze
Anamaris, bom que gostou. Bj
Mirze, vc sempre me incentivando! Beijo
a urbe que ferve em seus desvãos de dessemelhança,
beijo
Dri, gostei muito dessa letra de música urbana e noir. Eu também pressinto as legiões levianas, as hordas noturnas, com fascínio e medo. Eu também me difiro e me identifico. Beijo
adriana,
lindo poema, sobre as criaturas que de noite se iluminam e brilham, para à luz voltarem ao anonimato...
tenho um conto, antigo, chamado Estrelas, de 1980, sobre o tema...
já te mandei o meu livro velho(???) de contos- O devorador de palavras?
se não, maqnde um enreço, que te envio um exemplar, para vc ler coi9sas antigas- foi escrito ai em beagá, na epoca da cantina do lucas, da puc, e por aí...
grande aabraço,
danilo.
a noite contempla
por meio das cintilâncias de cegar
vc sabe bem o tema
parabéns, de novo
felicidades!
Assis, uau! Bj
Lu, é tipo uma crônica poética, disposta em versos. Romântica, sem dúvida, mas como filha da noite,sempre sinto essas coisas.
Valeu o comments! Bj
Danilo, vai ser um prazer ler seus "antigos"...vou postar em seu blog o endereço.Bj
Bardo, criatura rara, a noite, tema pra mim, inesgotável.
Um beijo, namastê!
Vim para te ver, irmazinha/ e pasmo: ainda usas Palmolive/ e ainda te amo /
começava assim, esse meu poema antigo. Entro na Internet e fico pulando pelos blogs, depois de uma longa ausência. Tem muita poesia por aí, nos lugares certos. Aqui é um. Eu fui o rei das piranhas, no bom sentido, no sentido shakespearitual, eu ficava preocupado com a existência minha e delas, por isso esse poema me auto me lembra-me de mim mesmo. Recordo, mas não acordo. Sonambulo (do verbo sonambular) pelas alamerdas da merdória. Sonhos de Uma Noite de Verão. Beijo.
Guga Shultze
(comentário antigo do Guga quando leu esse texto)
texto)
Adriana,chocante, sensível, olhar de humanidade. Certos seres recolhem-se no fim dos dias ou das noites em porões invisíveis, como ratos em descaso...Beijo.
Uau!!
Magnífico!!!
Beijos
Luciano, sempre bom ler seus comentários. Uma alegria sua presença aqui, beijo, poeta.
Suzana, volte sempre. Bj
adoro seus poemas urbanos.
bj
Gosto da viol~encia, da crueza,d esse feeling punk, Adriana. Lembrei Cazuza tb. Bonito demais.
Beijo
Buenas, vc é um querido! Bj
Daniel, quanto tempo não aparece, heim? Bom te ver por aqui.
Valeu demais1
Beijo
↓
Como zumbis...
retornam ao seu "céu"...!
:o)
Eiiiiiiiiiiiiiiiii, TONHO! Bj
...e deixavam
rastros de delícias
pecaminosas...
bj
Eta, Guru! Se vc diz, tá dito. Beijo
Adriana G., adoro o tom de blues da tua poesia.
Karnal, é bom saber disso! Beijo
Um olhar poeticamente verdadeiro; ou verdadeiramente poético...
Bem, simplificando: verdadeiro, e poético!
Em uma época, convivendo, tive algumas mesmas impressões.
Abraços.
Obrigada, Sylvio, pela presença e considerações. Beijo
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