paisagem/rafael godoy as luzes da cidade acenderam a noite
e estou do outro lado
penso quando não pensava no tempo
e tinha sempre uma lua inventada
os pássaros escuros varrem os insetos
este espaço é muito vasto
o vento de agosto entra no meu quarto
e não ouço o seu barulho
e sinto suas mãos frias
e a noite acesa do outro lado
me escondo no escuro
e a imensidão fica pequena
quero fechar as janelas
mas a lua é imensa
levanto-me no vento
e me curvo às suas frases de pedra
36 comentários:
Querida poeta, voltei, tomado de saudades e trazido pelos ventos de agosto e que gosto,mesmo com "frases de pédra", beijo terno.
Agosto!
(a)gosto das nuvens secas,
das aragens mórbidas
dos cachorros loucos
e das distãncias.
(a)agosto das tormentas
dos ventos sórdidos
a brincar com as cabeleiras,
das panelas caindo das prateleiras...
agosto...
minha cara Adriana, que belo teu poema. pra mim agosto sempre tem um quê de indecisão.
Abraço a ti. tenha aum lindo final de semana.
daufen bach.
Simplesmente, sem palavras
para a ilustração de seu filhoty
Nas pedras o diamante dos oshos
pode conter o raro
blilho sublime
para desopacar
o mal uso da radiação
Saladinha, para variar, rss
Também gosto.
AGod, isso é um Uivo!!!
Tão singelo, cristalizado...
racional e irracional na medida!!!
Onde, disse à primeira vista
que consegue talvez suplantar
ginsbergs com gêlo
"Eu vi os expoentes de minha geração destruídos pela loucura, morrendo de fome, histéricos, nus,
arrastando-se pelas ruas do bairro negro de madrugada em busca de uma dose violenta de qualquer coisa,
“hipsters” com cabeça de anjo ansiando pelo antigo contato celestial com o dínamo estrelado da maquinaria da noite, que pobres, esfarrapados e olheiras fundas, viajaram fumando sentados na sobrenatural escuridão dos miseráveis apartamentos sem água quente, flutuando sobre os tetos das cidades contemplando jazz,
que desnudaram seus cérebros ao céu sob o Elevado e viram anjos maometanos cambaleando iluminados nos telhados das casas de cômodos, que passaram por universidades com os olhos frios e radiantes (...)"
Viu, e não fêz nada, foi poeta...
que não é
e só flerta
com o irracional.
Não são minhas mágoas que os matam!
Sequer a boneca nos seus espelhos!
Na verdade, não existe papo furado!
Não vou ficar
"escutando o matraquear da catástrofe na vitrola automática de hidrogênio, que falaram setenta e duas horas sem parar do parque ao apê ao bar ao hospital"
Não!
Destas repetidas ou saudosas
alegrias ou pequenas tristezas
de seus (H)umbigos, sejam limpos
alucinados ou alucinados sujos que
os ventos de todos os tempos nunca
me contem duas vezes a mesma lua e
que o amor jamais ampute as mãos nem qualquer outra parte do corpo
para compulsivo(?) agradar elogiar
quem compassivo lava as mãos diante
do alucinado estado do mundo
Arre, baba
Comentar os seus poemas não é muito fácil para mim, pq sinto tantas coisas com eles. Sentimento demais é difícil de explicar. Só posso dizer então que é bonito, e que preenche ao ler.
Beijos, Adriana.
É sempre muito bom te ler. Gostei imensamente do poema.Separei este trecho,mas existem outros que tb são muito bons:
quero fechar as janelas
mas a lua é imensa
levanto-me no vento
e me curvo às suas frases de pedra
Beijo
Diante de tantas etiquetas impensadas ou compulsivas também
frases como totem (rss)
liga, dá uma brisinha suave
Gosto muito do poeta tambem, Luciano
que, acho que óbvio, está também
em agosto
AGod, seu poema é Resposta!!!
Não só para mim e principalmente
às crianças que temem o escuro
só porque não ainda próprios;
farta imaginação sem USO do bem;
não pensam ainda tão vasto mundo;
nem precisa dizer
que por se saber crianças ainda
se vêem frágeis
e precisam respeitar amor carência
de mamar e psiu(tabú)
beijo
queria, primeiro, agradecer as visitas. Sempre, sempre uma honra e uma imensa alegria receber você.
depois, fala... que poema lindo! dá vontade de continuar debaixo das cobertas, mas às vezes é hora de aquietar mesmo.
adorei.
BJ. Cynthia
"quero fechar as janelas
mas a lua é imensa
levanto-me no vento
e me curvo às suas frases de pedra"
... então drika, deixa ela ( a lua)te levar....
os ventos . eles trazem e levam tantas coisas mas nos continuamos aqui no mesmo lugar(rs).
beijos eternos, Anita.
invento uma lua
para a acesa
noite
vento...
vastidão adunca
as garras em gelo
em golpes de fffssh
ai, agosto
da cela não vejo
o braile da pele
o bônus do resto
amanhã tentarei uma gigantesca bola de fogo no céu
&
se possível
um jardim de tule
ao seu redor
e eu também me curvarei
às frases na pedra
às lápides que insistem no musgo
no perfume do mofo
na vida subterrânea
se me esquecer de seu nome
você não precisará dele
nunca mais
farei isso, isso tudo
pelo vento de agosto
farei isso
por você
farei isso
feliz
farei isso
por nós
farei isso
por Deus
copyright adriana godoy
Godoy,
os ventos de agosto [quentes ou frios...] lhe trouxeram excelentes versos. Lindo poema, minha amiga!
Parabenizo também ao Rafael. Essa aquarela é simplesmente poesia. Belíssima!
Beijos nos dois :)
H.F.
O vento tanto traz frases de pedra...
como as leva para longe...
Bjs
Adri, acho que podemos continuar inventando luas, inventando presentes mais amáveis, não temos nada a perder, é uma sensação boa, deixar nosso quarto para que o vento deite. Aproveitemos enquanto do outro lado a noite está acesa.
Beijos
Estercita
"As luzes da cidade acenderam a noite" e "o vento de agosto entra no meu quarto" e todo o poema, tudo são achados, ou bem elaboradas imagens. Surpreendentes.
"... e me curvo ás suas frases de pedra." As suas frases são corretas como as pedras, o peso exato, a frieza, o diálogo fechado.
Um bom poeta é aquele que sabe surpreeender. Você surpreende. Demais.
Não me queres dizer onde mora o teu sorriso
Ausente do incontido abraço
Ausente das palavras felizes
Envolto em nuvem escura no espaço
Não me queres dizer o rumo
Que leva ao teu terno coração
Não me queres abrir as portas
Da cor vibrante da paixão?
Bom domingo
Doce beijo
Dri Godoy,
"penso quando não pensava no tempo
e tinha sempre uma lua inventada".
Acho que ainda não perdi o hábito de inventar luas. ;)
Que beleza de construção! Seus poemas me enternecem.
Bjs
Ah! Sou uma grande admiradora das telas do Rafael.
No último concurso não fui mto bem, mas daqui há algumas semanas haverá outro. Estou estudando à bessa, rs.
Ter seu comentário no meu blog é uma honra. Saber que uma escritora como vc passou uma parte do seu tempo a ler atenciosamente os meus poemas me deixa muito feliz. Obrigada! Grande abraço!
Pareceu-me a noite
daquela manhå de inverno
que ouvi Chopin! : )
E como anda ventando
neste agosto...
Aqui em Juiz de Fora,
como jamais havia visto (ouvido).
Beijo, Dri!
Fecha as janelas, não!
Lindo, Adriana.
Bjão. Ótima semana.
Adriana, quanta beleza em suas palavras. Cada poema melhor que o outro. Parabéns viu? Andarei sempre por aqui!
Oi Adriana, sua poesia é encantadora. Gosto muito do seu estilo de escrita. Que bom que estamos compartilhando o espaço no " Maria Clara ... " Bj com carinho.
oi dri,
lembrei daquele poema do bandeira noturno da rua da lapa, sabe? o articulado implacável, implacável bicho que voava e não permitia qualquer possibilidade de evasão...
gostei demais. e que paidagem, mulher. que paisagem!
beijim com tônica ;)
Além do ótimo poema é preciso destacar a belíssima ilustração do Rafael.
Ótima semana.
Beijos
Oi, gente!! Desculpe não responder pra cada um, é que o meu tempo esses dias tá corrido, mas saibam que cada comentário fica arquivado aqui no meu coração. Obrigada a cada um de vocês e beijos em todos.
Pimenta, um destaque para seu poema. Amei. Bj
Devir, um destaque para seu comentário. Muito bom. bj
Estou burilando no marfim, às vezes empaca. Tirei aquele outro capítulo que era pra ser meio que um conto da própria personagem, mas percebi que ficou mesmo meio deslocado. Logo vou retomá-lo, estou tentando, mas não está saindo legal. Obrigado pelo comentário.
passando para te desejar uma ótima semana. aproveito para ler de novo esse post lindo aqui debaixo, sobre a Guanabara. Muito bom.
Gosto do teu blog.
Maurizio
Adriana mais um belo Poema.
O gosto de Agosto é quase sempre igual, amargo e frio.
Beijos.
Gostei!
Bom voltar aqui também.
Abraço, Adriana!
Obrigada a todos a quem ainda não agradeci. beijos.
A noite acesa, mas as mão frias...que conflito nesse poema intimista,Adriana.gostei,viu?
Os ventos de agosto e suas mãos frias.Maravilhoso como sempre seus poemas.
beijos
Oi Adriana!
Ainda na tentativa de ajuste de blogXsaúde.
Mas nem que fosse por um segundo...não perderia essa visita, que o vento me soprou.
Belíssimo, amiga!
Maius uma vez, pelo menos eu fico sem palavras, encantada com sua prosa!
Beijos
Mirse
..."céu de vidro
azul fumaça
quatro graus
de latitude
rua estreita
praia e praça
minha arena
e ataúde"...
bj
Xará, Márcia, Mirse, Guru, fico feliz com seus comentários. Obrigada. Bj
Muito bonitos o blog e os poemas. Obrigada pelo comentário no poemadia, acho que somos parentes, minha avó materna era Godoy de São Paulo
beijo,
Helena
oi, adriana!
pra mim, agosto ,sempre, foi encantador! aniversário da minha mãe! lê-lo, em poema,reafirmou meu amor por esse mês, tão particularmente querido.
salve seu encanto nas palavras!
e rafael!.. coroa...sempre, seus ditos.
bjos
taniamariza
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