sexta-feira, abril 10, 2009

devaneios quase apocalípticos

escuro/estudo para aquarela/rafael godoy

Descartes descartou as curvas
Maquiavel nem tão maquiavélico era
Sócrates bebeu do pŕoprio veneno
Platão eternizou-se nas cavernas

Pilatos ensaboou as mãos
A Aristóteles deixou as moedas
Pedro negou-se três vezes
Judas se perdeu nos confins do mundo

Beethoveen chegou à perfeição
Nero incendiou tudo
Lúcifer desceu à terra
Deus abandonou a criação

Dante, inferi que o inferno é aqui

Chamas ardem por todos os lugares
Chamo alguém clamo berro
Os edifícios sumiram das cidades

Nunca mais a lua!
Nunca mais a lua...
A lua nunca mais

32 comentários:

Luciano Fraga disse...

"Tudo que você despreza,com alguém você luta.Tudo que é agora, tudo que está ido,tudo que está por vir e tudo está debaixo do sol, está harmonizado, mas o sol é eclipsado pela lua..." "a lua nunca mais"
Mais um daqueles lancinantes,com memórias do apocalipse,gostei da tela, abração.

Guga Shultze disse...

Os edifícios sumiram das cidades. Adoro esse negócio. Os edifícios sumiram das cidades, há quanto tempo? E as chamas que ardem por todos os lados? As visões do Apocalipse sempre me fascinam.

Luisa disse...

"nunca mais a lua, nunca mais a lua, a lua nunca mais". nusga! porque essas coisas simples são pungentes? não quero saber a resposta! adorei seu poema novo.

Lord of Erewhon disse...

Quase? É o apocalipse total! :)

Isabel Estercita Lew disse...

Acho que esses devaneios estão bem próximos da realidade... Vamos ter que sumir com os edifícios.
A obra do Rafael que eu acho maravilhosa neste caso fica um pouco sumida ou eu não enxergo direito.
Adriana, você continua escrevendo divinamente bem
Beijos

Hercília Fernandes disse...

Godoy,

seu texto me faz lembrar que eu, também, "não vou nada bem"...

Excelente poema. Bravo,
bravíssimo!

Abraços,
H.F.

Heduardo Kiesse disse...

texto muito forte e potente em poeticidade, vou sempre te gostar sem nunca mais dizer!

amei-te em palvra!
~
beijos

Adriana Godoy disse...

Luciano, suas palavras poéticas encantam sempre. São pequenos tesouros que sempre vou guardar comigo. Bj

Guga e Luísa, seus comentários instigam. Bj

Lord, vc saiu do escuro para o escuro. Bom demais. Bj

Isabel, a ideia da imagem era essa mesma: o escuro. Obrigada por suas
palavras e visita.Bj

Hercilia, nem sempre estamos bem, mas isso também passa. Melhoras e obrigada sempre.Bj

Paradoxos, com uma declaração dessas, meu sábado vai ser de aleluia. Obrigada e beijo.

Hercília Fernandes disse...

O "não vou nada bem", Adriana, é de uma canção de Seu Jorge e Ana Carolina que também mostra uma visão "apocalíptica" da existência. Seu belo poema fez-me lembrar.

Peço licença para deixar um fragmento:

"Sangue, sangue, sangue...

Chatterton suicidou
Kurt Cobain suicidou
Getúlio Vargas suicidou
Nietzsche Enlouqueceu
E eu não vou nada bem
Não vou nada bem..."

(Chatterton: Ana Carolina & Seu Jorge).


Beijos, minha querida.
H.F.

Unknown disse...

Belíssimo, Adriana!

Nessa visão apocalíptica baseada na filosofia e literatua, você se destacou. Você é a lua, a luz que apreciamos.
Pelo seu saber, por sua visão diferenciada.

Amiga, SHOW de poema!

Beijos

Mirse

Lou Vilela disse...

A exuberante luz da razão pede passagem através de seu poema: “A lua nunca mais...”.

Belíssimo, Adriana!

Bjs
Lou

guru martins disse...

...DO ESCURO PRA LUZ,
com certeza, e com uma
lembrança tremenda da
origem, o que te faz
valorizar a claridade
e dissertar com clareza
e muita poesia sobre a
penumbra dos sótãos da alma...

bj

Adriana Godoy disse...

Hercília, desculpe o meu descuido, não vi as aspas. Conheço essa música, só que não a relacionei ao poema. Beijo e obrigada pelo esclarecimento.

Mirse, que belas palavras. Obrigada mesmo e um beijo.

Lou, só posso agradecer. Beijo.

Guru, sem querer a gente caminha junto, em diferentes caminhos. Obrigada, meu músico e poeta, que me acaricia sempre com suas palavras. Beijo.

Anita Mendes disse...

"Beethoveen chegou à perfeição
Nero incendiou tudo
Lúcifer desceu à terra
Deus abandonou a criação

Dante, inferi que o inferno é aqui"

isso é o que chamo de um poema épico-filosófico!
drika, gosto das tuas poesias porque elas nos surpreendem cada dia mais!
Lindo, uma obra -prima!

ps: é já que o inferno é aqui mesmo,então, deixemos que tudo pegue fogo!Amei.
beijos pra ti, Anita.

Maria Clara disse...

Belos e profundos esses devaneios apocalípticos. Fazem arder os nossos travões.

Bravo!

Abraços,
Maria Clara.

Cosmunicando disse...

totalmente apocalícito o teu pensar, o teu poetar =)
o final é um grito.
bjos

Marcia Barbieri disse...

A humanidade está perdida e nem mesmo DEus pode salvá-la. Ótimo!!!!


beijos ternos

Adriana Godoy disse...

Anita, seu comentário põe mais fogo neste mundo. Adorei. Bj

Maria Clara, obrigada por suaspalavras. Bj

Cosmunicando, é um grito quase poético, dolorido,aflito. Obrigada. Bj

Márcia, acho que é isso mesmo. Bj

JC disse...

Bela resanha que fizeste e alguns filosofos da antiguidade, passando por alguns eruditos compositores, não podendo faltar em todo o teu texto. Deus. Para mim o todo poderoso, aquele que nos guia.
Feliz Páscoa!
Beijinhos

Adriana Riess Karnal disse...

Passamos pela história da humanidade...e a lua? por enquanto fica.Belo poema.

Beatriz disse...

A lua sempre mais
E tua poesia é magnífica. Rara capacidade de se lançar , arriscar por caminhos traiçoeiros em que a poesia encontra a poesia. as duas só se dão pelas mãos de alguém como vc.

Anônimo disse...

A lua sempre mais
E tua poesia é magnífica. Rara capacidade de se lançar , arriscar por caminhos traiçoeiros em que a poesia encontra a poesia. as duas só se dão pelas mãos de alguém como vc.

Renata de Aragão Lopes disse...

Quanta criatividade...

É por isso que sempre volto!

Também por isso que tomei a liberdade de incluir Voz entre os links que recomendo no meu blog recém-criado:

http://docedelira.blogspot.com/

Aguardarei, inclusive, sua visita.

Grande abraço!

Adriana Godoy disse...

JC, Adriana,C.D., Renata, agradeço de verdade os seus comentários. Isso só pode inspirar. Beijo.

pianistaboxeador21 disse...

Uma baita tela e um poema marvilhoso. Revelando as desgraças e encrencas históricas.
Gostei Adriana. Sempre gosto. Obrigado pelo comentário no amálgama.

Beijo

Toze disse...

Gostei deste devaneios que não os chamarei de apocalipticos, mas reais :)

Thaís Salomão disse...

passo um tempo sem aparecer mas toda vez que apareço, gasto todo o tempo que posso dispor lendo os teus escritos! tão lindos, visse?
adoro vir aqui :)

nina rizzi disse...

muito boa construção e jogo, dri. acho que foi à lua. estava ouvindo o quê?

e a aquarela, uau.

Adriana Godoy disse...

Daniel, também sempre gosto dos seus. Beijo.

Toze, obrigada por sua visita. Volte mais.

Thaís, ainda bem que vc sempre volta, sua energia é muito boa. Bj

Nina, acho que siderei mesmo. Acontece, às vezes. Bj

O empírico disse...

O inferno é aqui?
Talvez.

,mas me pergunto, de onde raios vem essa beleza toda?

Fred Matos disse...

Você diz que são "quase" apocalípticos? Fico a imaginar se fosse "completamente".
Ótimo poema.
Beijos

Ígor Andrade disse...

Gostei do final. Gostei...
Abraços!