Não quero nem ver a hora em que ele chegar
e perceber que os objetos de que mais gostava
estão amontoados no canto da sala
que os seus cedês preferidos
estão empilhados sem ordem
e seus livros adormecem numa caixa de papelão sem cor
que os seus quadros tristes
estão encostados na parede
como se esperassem alguém para os reanimar
Não quero nem ver quando ele perguntar
de suas camisetas desbotadas
que usava para ficar em casa nas horas de folga
e se deitar na cama comigo
que meus lençõis estão com outro cheiro
o travesseiro tem outra forma
e na geladeira outra marca de cerveja
Não quero nem ver quando ele perguntar do nosso gato
e souber que está aninhado em outro colo
Não quero nem ver quando ele descobrir
que os meus olhos brilham mais
e que minha boca tem um outro sorriso
17 comentários:
foi escolha de quem?
se foi dele, eu também não ia querer nem ver...
beijo!
Desde que os olhos brilhem...
Abraços d´ASSIMETRIA DO PERFEITO
mutabilidade
Lembrei-me de uns versos:" o novo em seu sorriso é antigo em minha dor... é antigo em meu inferno o sabor dos paraísos..." maravilha, beijo.
A voz que a vós não fala.
>¨<
ps: a voz do apocalipse.
Fascinante... seus textos são de única beleza. E ele foi por que quis?? ou está só dando um tempo longe??? afinal, ele volta?
valeu pela passagem no blog lá, e pelo comentário, e quanto a puta de 700 reais... valeria a pena, mas talvez perdesse o encanto.
Muito bom.
Aí, gente, obrigada pelos comentários. Não costumo explicar o que escrevo, mas já que V.M. Paes perguntou como também a Thaís, o negócio é o seguinte: O cara vai chegar em casa e vai perceber que a mulher o está mandando embora junto com suas coisas, que ela está diferente, que está com outra pessoa, ou seja, a mulher o mandou embora, ele não foi por que quis. E a mulher não quer presenciar esse momento. Beijos.
Belo conto Adriana. Muito interessante mesmo. Pela primeira vez que passei por aqui gostei muito, mesmo. Com certeza voltarei de novo.
Bj
e Feliz ANO NOVO!!
Coloquial e profundo. Duas coisas difíceis de conseguir. Gostei muito.
Beijo e excelente 2009.
Daniel
Consigo encontrar em seus textos poéticos momentos de rara reflexão. Suas palavras simples e exatas nos incomodam, nos arranham de uma forma leve, mas profunda. Feliz 2009, meu amor. Beijo. R.B.
Adriana, por favor, nunca mais explique os seus poemas, porque assim você os mata - e bem matados! Seus textos são sugestões e somente nós leitores podemos atender a elas. A propósito, gostei do texto!
- Pimenta
Você tem razão, Pimenta! Pior que não sei como excluir a explicação. Foi um impulso mal dado. Valeu.
é, é isso que ando desejando pra todo mundo: entrar no acaso e amar o transitório.
porque não, né?
um ano novo bem feliz pra ti
beijos!
Adriana, concordei com o Pimenta.Sinceramente,tudo certo e nada mais a acrescentar, abraço.
Adriana, mútua felicidade, este mundo dos "des-conhecidos" tem estas vantagens, construirmos boas amizades e esta troca de emoções que a literatura e a poesia nos proporciona, quanto ao texto, nada crítico, apenas às vezes queremos explicar o que tá claro ou o inexplicável, tudo muito bem, felicidades para você, amigos e família, abração.
Mutabilidade (2).
Bj
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