não sabia por que, quando o dia anoitecia, uma angústia louca tomava seu peito com força.
ficou por uns bons momentos olhando o pôr-do-sol, olhando a sombra de um pássaro na luz quase morta da tarde.
e cada vez mais queria que tivesse só a noite, só o escuro, só o som das pessoas indo embora ou entrando nos bares.
e cada vez mais queria que ela aparecesse no meio da escuridão e lhe dissesse que estava tudo bem, que essa sensação iria passar.
queria que ela mexesse em seus cabelos e que ele pudesse enfiar a cara nos seus peitos e sentir o perfume que não sentia há muito tempo.
queria que ela falasse do último filme que viu e da música que ela gostava de dançar.
queria que ela bebesse com ele até a última gota e o seduzisse de todas as maneiras, mesmo que fosse mentira, mesmo que fosse só nesse fim de tarde.
só assim ele teria um pouco de paz, só assim ele não teria que fechar as cortinas todas as manhãs até que finalmente a noite viesse.
queria que ela falasse do último filme que viu e da música que ela gostava de dançar.
queria que ela bebesse com ele até a última gota e o seduzisse de todas as maneiras, mesmo que fosse mentira, mesmo que fosse só nesse fim de tarde.
só assim ele teria um pouco de paz, só assim ele não teria que fechar as cortinas todas as manhãs até que finalmente a noite viesse.
Um comentário:
[estranha a dança da solidão
onde não toca nenhuma música;
só chão, passo breve
em seco
para dançar.]
um imenso abraço, Adriana
bL
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