no caos de minha cidade às seis da tarde não tinha mais nenhum pardal. nem que eu olhasse todos os fios, todas as eiras e beiras e procurasse no meio da praça não tinha nenhum pardal e fiquei perdida olhando para aquilo tudo. passou um cara pedindo pra engraxar meus sapatos e eu estava descalça porque fazia calor demais e a primavera tinha começado. mas ele insistiu e eu disse: hoje não dá, cara! então dei umas moedas pra ele e falei que o fim de tarde estava estranhamente belo, mesmo sem os pardais. o cara me abriu um sorriso dos mais lindos que já vi, saiu rápido e trouxe algumas latas de cerveja gelada e ficamos conversando sobre a cidade e o por do sol. os pardais foram chegando um a um e ficaram ali como se entendessem nossas palavras e como se pressentissem essa possível e intensa primavera.
PS: Tem poema meu no Balaio Porreta, aqui.
PS: Tem poema meu no Balaio Porreta, aqui.
41 comentários:
isso quase pede pra ser 'filmado', de tão bonito :)
solta aí uma gelada pra mim também.
beijo
Lindo, Adriana. É um pardal e uma pardalita fazendo uma primavera, fazendo um bando de pardais, fazendo flores e cores, sabe-se lá, uma entrega à natureza. Ou simplesmente poesia. Aplausos.
Beijos.
Adriana querida,"no tempo dos pardais, de verde nos quintais..." mágico e sensível, vou engolir primaveras para vomitar girassóis, você é grande, beijo.
Excelente texto, quase um poema que bem podia ser musicado com uns acordes de viola e um solo de violino dando alma e este belo antardecer...
Parabens Adriana
Beijinho
De uma riqueza lírica fora do comum. Parabéns, cara!
A partir de - e para - "ocê":
Vendaval
Franziu o cenho como
quem buscasse proteção
contra o tempo que aquelas
palavras prenunciavam.
O amor se inaugurava...
Lou Vilela
drika, vc sabe que simplesmente amo tuas pequenas prosas!
o que começa de um sorriso de um estranho termina em cerveja? será essa a moral da prosa? (rs) amei..
é vero, drika! temos que aproveitar todos os novos momentos e perder esse medo de interagir com pessoas diferentes(uma das minhas atividades favoritas!). com novas experiencias e sorrisos que tiramos da brevidade de um desconhecido quebramos as barreiras da intimidade cheia de formalidades.
Beijos e mais beijos, Anita.
Deu para ver, sentir e até apreciar essa tarde.
Beijos!
Dri, tem horas que acho que você fala de coisas, que só você sabe falar, e aí fico meio que embevecida e embebida em suas palavras, e nessas horas não há cerva que me faça baixar a cabeça...sério! Como dessa vez, e em outras que passeio por aqui. Adoro passear pelas suas palavras!
bjs
Andrea
Oi Adriana, seu texto que talvez se possa nomear de pequena prosa poética, me sugeriu o encontro entre os contrastes , a diferença, tendo sido bem ilustrado pela imagem postada. No meio do caos urbano...os pardais. Muito bom ! Obrigada por seu carinho em meu espaço poético. Bjs.
Cosmunicando, com o maior prazer. Bj
JC, seu comentário é pura poesia. Obrigada mesmo. Beijo.
Marcos, até que podia, mas ali no meio da praça ia pegar mal demais...bj
Luciano, Você que é grande, um poeta de primeira. Amo vc. Beijo.
Gallobar, meu querido lusitano, já vi lindos entardeceres em Portugal(sem pardais). Obrigada pela visita. Bj
Pimenta, vc é o cara. Beijo.
Lou, obrigada pela sensibilidade contida nesses versos. Beijo.
Anita, gostei imensamente de seu comentário, vc foi além, além do texto, além de mim. Acertou, amiga. Beijos.
Lara, ainda bem, né? Obrigada. Bj
Prima, gosto muito quando vc vem. Sempre carinhosa e atenta. Valeu, beijão.
Úrsula, agradeço o seu comentário sensível como sempre. Bj
acabei de escrever sobre saudades, e vim aqui, e vi suas saudades: do que foi, do que vem. sintonias boas. bom isso de poder sentir isso, passar por aqui e poder ouvir seu belo texto. beijo e bom feriado. Cynthia
Relisticamente fantástico.
Minha cara,
tem um poema seu no Balaio.
Abraços.
...essa é
uma das mais
belas, suas
que já li.
Tinha que ser
minha!!!
bj c raiva...
Cynthia, suas palvras me comovem. Beijo.
Casa, valeu! Bj
Moacyr, só posso agradecer e me sentir honrada. Bj
Guru, hahahahaha! Valeu, mestre! beijo.
A beleza da sua poesia, é inconfundível.
De hoje em diante, aonde eu estiver e enxergar um pardal (pássaro), lembrarei de você, amiga!
Chegando de BH, e entre-exames, resolvi visitar meus amigos. ÚNICOS.
Beijos
Mirse
Oi, Mirse, que boa a sua visita. Estava mesmo querendo saber notícias suas. Estamos torcendo em corrente para que vc supere essa fase difícil na sua vida. Grata surpresa. beijo.
Adriana,
a sua sensibilidade poética é "intensa primavera", pois a sua prosa parece uma poesia em versos e rimados, não conheço ninguém igual a você, minto, você me faz lembrar as crônicas de Carlos Drummond de Andrade naquele jornal do Rio de Janeiro. Entro sempre no seu blogue para beber água limpa e cristalina. Agradeço no fundo do coração os seus no meu (comentários).
saudações,
Mauro Lúcio de Paula
Mauro, que bom você por aqui. Agradeço seu comentário e presença. Bj
Adri,
Um texto primaveril, mas com toda a tua intensidade...gostei demais.A, e sua foto nova esá de arrasar, vc sempre tem algo na boca, como uma vez disseram,rs
Úrsula,
Você está arrasando neste soneto!!!PArabéns amiga.
Ei, Xará...sempre gosto de ficar com alguma coisa na boca mesmo! KKKKKKKKK!!!
Obrigada pelo comentário primaveril. Beijo.
PS: Acho que vc postou pra Úrsula no meu blog. Olha isso!
É uma bela sensação que se experimenta diante o teu poema! Gostei muito!
Quase me enche o quarto de pardais!
Um abraço!
oi,adriana! adoro quando leio ...e o sorriso cresce e se instala satisfeito no meu rosto!...lindos pardais que vieram!..lindo,compartilhar a primavera e as cervejas...com o deconhecido de belo sorriso!
só podia ser você!
bjo
taniamariza
perdão! desconhecido...
taniamariza
dri, os pardais vieram de sentir o cheiro dessa flor vermelha, do seu cabelo (caraca, topu encantada com essa imagem).
hm. sou pardal. a sentir essa delicia de primavera que é voz.
um beijo e uma flor :)
Godoy,
só pra te dizer que li o seu poema lá no balaio porreta, e que a leitura dessa segunda vez salpicou outras coisas em mim. poesia pura. beijo. cynthia
Blognotapreta, valeu a visita, valeu ocomentário. Volte sempre.
Tania...que beleza! Bom demais da conta que vc gostou. Beijo.
Nina..valeu, Flor! Bj
Cyntha, agradeço muito a sua atenção e carinho. Bj
poema simples, encantador e belo. digno dos grandes poetas.
bj
Bueas, sempre gosto demais de sua visita. Beijo.
Surreal...
Uma tarde
um engraxate
uma cerveja
e pardal...
Queria estar junto pra pressentir a primavera.
bjs
Rossana
Bom demais Cunhadão, parece aqueles filmes franceses, malucos, cheio de poesia mas sem palavras, só imagens...dá pra sentir!
Rossana, lindo seu comentário, beijo.
Cunhadão, obrigada pelas palavras. Bj
Onde se lê Rafa,leia-se Adriana.
Mais um grande texto, Adriana. COm aroma e beleza de primavera. Adoro tal estação, adoro Bh, adoro suas palavras.
beijos.
Ahhhh...
Também adoro cerveja. haha
beijo.
De encontros inusitados
podem surgir primaveras e pardais?
Vou anotar isso...
rs
Bjo, poetisa.
Adriana,
bacana demais. Vi direitinho os pardais chegando, meio cabreiros, querendo saber o que acontecia. Bem que você poderia ser uma cúmplice eutanástica, hein? O que acha?
Beijos, alegrias e poesias,
Buda.
Buda, é uma proposta? Mande as instruções...quem sabe é uma boa mesmo? Bom você por aqui. Bj
Adriana,
Francisco de Assis sorriria...
Beijos,
Marcelo.
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