quando uma lagartixa deslizou
nas pálidas paredes
e mostrou seu ventre transparente
quando um inseto noturno
desses que voam
entrou e mexeu suas pobres asas
percebeu o olhar parado
frio e mortal daquele ser esbranquiçado
e se debateu loucamente
por uma única vez olhou a lua
e viu nos olhos da mórbida lagartixa
o mesmo brilho
foi devorado lentamente
inexoravelmente
nas pálidas paredes
e mostrou seu ventre transparente
quando um inseto noturno
desses que voam
entrou e mexeu suas pobres asas
percebeu o olhar parado
frio e mortal daquele ser esbranquiçado
e se debateu loucamente
por uma única vez olhou a lua
e viu nos olhos da mórbida lagartixa
o mesmo brilho
foi devorado lentamente
inexoravelmente
31 comentários:
adriana:
passo numa caminhada.
romério
Onde alguns vêem somente uma parede, outros captam uma cena...
Para os olhos de um poeta, tudo rende!
Adriana, lucramos nós... como teus leitores!
Bj carinhoso pra ti
Inexoravelmente, também somos tragados por seus versos...
Bjs
A lagartixa na parede cinza
aguarda o pobre voo dos insetos,
pálida e fria como a eternidade,
com a língua voraz inexorável.
Muito interessante o seu poema, Adriana. Sua lagartixa me atraiu - até ensaiei um poemeto. Beijos.
Romério, uma honra sua presença aqui. Volte mais. Bj
Wânia, legal, gostei de seu comentário. Bj
Lou, obrigada por suas palavras. Beijo.
JC, que delícia de versos. Cuidado com a lagartixa,hein? Bj
Até em mim
a danada põe medo! (risos)
O Chico biólogo do Poema Dia
adoraria, certamente,
esses versos!
Um abraço atrasado
pelo dia do professor! : )
Ah! Pobrezinho do outro ser vivo e pequenino. Olhou uma única vez e a última para a lua. E a barriga fria da lagartixa, aproveitou o momento.
Fiquei com pena, mas só você, Dri para me comover com um poema.
E lindo!
Beijos
Mirse
Você é mágica, Adriana. Olhar atento que revê um vôo e revira a cena até dar em poesia.
bjs. Cynthia
Oi Adriana, o predador e a presa... interessante construção poética que transforma dois insetos em protagonistas ricos de uma estória versejada. Muito bom ! Bj e obrigada pelo carinho.
Gostei desse fenômeno da cadeia alimentar expresso assim, tão poeticamente. Como falam, em tudo há poesia.
Beijos.
Verdadeira poesia, uma metapoesia. Uma antropofagia. É aquele dilema de sempre: confluir a vivência com a sua expressão mais cara: ser imparcial diante da crueldade alheia. Abraços.
Vi uma cena parecida dia desses, o mais impressinante foi que os protagonistas não eram insentos, eram Humanos, demasiado humanos. Assim o ciclo natural da vida em sociedade (homens ou bichos, talvez homens-bichos) se consolida.
Gostei, Adriana, juro que vizualizei a cena.
Beijos.
Renata, obrigada...sempre é bom te ver por aqui. Bj
Mirse, sua sensibilidade encanta sempre. bj
Cynthia, gostei bastante de seu coemtário. Bj
Úrsula é tão bom ler seus comentários! Obrigada. Bj
Lara, também gostei de sua visita. Bj
Marcos, vc foi preciso. Bj
Wilson, interessante o seu ponto de vista. Vou pensar mais no assunto. Obrigada e beijo.
Paes, muito boa a sua percepção, muito significativa. Beijo.
Muito bom, pq uma lagartixa devorando um pernilongo, podesignificar bem mais que uma lagartixa devorando um pernilongo
Beijo
Belo, Adriana.
Os olhos sensíveis da poeta construíram um lindo quadro a partir de uma cena aparentemente grotesca. Isso é arte!
Beijos :)
H.F.
Belo, Adriana.
Os olhos sensíveis da poeta construíram um lindo quadro a partir de uma cena aparentemente grotesca. Isso é arte!
Beijos :)
H.F.
Isso é para o bode cantar.
wow!!! e metaforicamente o homem virou lagarto.
amei essa metamorfose e materialização de um moribundo em lagartixa.
só vc drika, só vc!
beijocas ...
Anita.
O que se vê com o razão se desmancha com a emoção.
Beijo grande, menina linda.
Rebeca
-
dri, que quadro surreal. eu li pra nini e ela amou. tanto quanto eu :)
Daniel, acho que pode ser mesmo. Beijo.
HF, obrigada por suas palvras tão delicadas. Bj
Bardinho, hein?
Anita, gostei de seu comentário...especialíssimo. bj
Rebeca e Jota Cê, bom vocês por aqui, sempre é muito bom. bj
Nina, que mimo! beijo.
Adriana querida, conseguiu fazer poesia com uma cena da natureza, o ciclo da cadeia alimentar, de forma brilhante,como aquela lua,como aqueles olhos...literalmente, beijo.
soneto lagartixiniano, pós surrealismo!?
MUITO BOM
BJOS E ABÇS
ah! adriana! não acreditei!...no meu sítio, na serra,a cena é
" arroz de festa"!
tem paredes coloridas,lagartixas astutas ,insetos inocentes,lua charmosa e o bote ,vapt vupt, da "sentença mortal".
amenizarei as imagens,lembrando do
inspirado poema .
bjos
taniamariza
...o nome
dessa podia
ser também:
"cadeia alimentar"...
bj
Luciano, que lindo o seu comentário. Digno de um grande poeta.Bj
Felipe, gostei dos termos "lagartixiniano, pós surrealismo". Valeu. bj
Guru, boa sugestão, bom te achar por aqui. Bj
Un gusto inmenso conocer tu blog.. me ha gustado mucho. acogedor y tus versos son maravillosos, te sigo para poder leerte con mas frecuencia.
Un abrazo
Con mis Saludos fraternos...
Adriana,
tive a impressão de já ter lido esse poema...de qualquer maneira ele é adorável...fazer poema com lagartixa não é pra qualquer um.
Adolfo, obrigada pelas palavras e visita. Volte sempre.
Karnal, esse poema já foi publicado em meu blog mesmo. Valeu. Beijo.
Adriana,
Quem sabe escrever, sabe emocionar... e você emociona sempre.
Beijo imenso, menina linda.
Rebeca
-
Evolução das espécies
em micro-cenário.
Beijos,
Marcelo.
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