Havia 25 milhões de estrelas aquela noite. Foi o que consegui contar. Apertava meus olhos com força para ver se não estava imaginando coisas. Mas não adiantava. Elas se mexiam. Na minha visão míope pareciam bailarinas ensandecidas. Era como me presenteassem com uma dança meio triste, meio azul. As estrelas falavam. O Bilac não saía de minha cabeça: " Ora direis ouvir estrelas, certo perdeste o senso"... E eu as ouvia sim, nitidamente, intimamente. E com medo de mim, fechei a janela. Mas pela fresta, ainda percebia um movimento silencioso daqueles olhos brilhantes, daqueles milhões de olhos brilhantes me olhando.
domingo, setembro 27, 2009
ora direis
Havia 25 milhões de estrelas aquela noite. Foi o que consegui contar. Apertava meus olhos com força para ver se não estava imaginando coisas. Mas não adiantava. Elas se mexiam. Na minha visão míope pareciam bailarinas ensandecidas. Era como me presenteassem com uma dança meio triste, meio azul. As estrelas falavam. O Bilac não saía de minha cabeça: " Ora direis ouvir estrelas, certo perdeste o senso"... E eu as ouvia sim, nitidamente, intimamente. E com medo de mim, fechei a janela. Mas pela fresta, ainda percebia um movimento silencioso daqueles olhos brilhantes, daqueles milhões de olhos brilhantes me olhando.
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29 comentários:
Uau! Tudo a ver com o que acredito, amei! Lá fora, não há só o desconhecido, há também, energias infinitas que a tudo ouvem e tudo veem.
Lindo! Agora, é só abrir a janela e, no convite de Bilac para ouvir as estrelas, rememorar título de livro de Silviano Santiago, "Ora direis, puxar conversa" (com as estrelas, de preferência, que a tudo ouvem), pois os pedidos seguiram, janela afora, para o centro de universo, para cairem realizados no seu colo.
beijo grande, querida Adriana, pena que não estou perto de você, pra te convidar prum pão de queijo com doce de leite.
Bom domingo!
Cynthia
Ouuu! intão eu falei assim com elas: pára de olhar pra minha Cunhadão qui ela num tá sem senso não, hã....
Estrela sapequinhas....
Naquele dia eu contei 25 milhões, oitocentas e quatro mil estrelas. É que operei meu olho míope q tá voltando a fica míope, mas q ainda tá enxergando melhore q vc.
Bom demais esse aq: gostei muito!
Lindo, muito poético. Meus olhos aqui são sempre brilhantes. Beijos.
Ara, eu digo. Eram milhões de estrelas e todas falavam comigo - que loucura! que êxtase!
Um beijo.
Na minha infância, quando a cidade não tinha tantas luzes e a atmosfera não era tão poluída, tive o privilégio de ver noites assim, noites com 25 bilhões de estrelas.
Ótimo texto, Adriana.
Beijos
Oi Adriana, delicado texto ! Parece uma pequena prosa poética ou um mini conto com fala indireta. Amo ler e escrever sobre as estrelas e seus encantos. Bj.
Adri, amei seu escrito, simplesmente brilhante, gosto de sua estrela poética.
Beijos
Estercita
...não basta
ser louca
perder o senso
tem que cometer
o ato
mesmo que
sinta medo
é bom
muito bom
e voce sabe...
bj
↓
Pirei na tua inspiração!
Beij♥s!
Estrelas bailarinas.
Poético...
Você com Bilac,
eu com Quintana.
Um beijo, Dri!
Nossa, Adriana, que bonito!
Gostei muito: tanta delicadeza e poesia.
Estrelas bailarinas ensandecidas: ainda com toque de humor!
Lindo mesmo.
Um bjo,
boa semana.
Lirismo e Bilac... Puxa, jamais imaginaria... Adorei!
somos nós que as olhamos ou ao contrário...nunca me fiz essa pergunta...gostei da questão.
Ahh, Adrina..
a minha paixão pelas estrelas e outros mistérios do universo, pode ser comparada a minha paixão por seus textos.
Vezes tenho medo até mesmo do brilho das estrelas.
beijos.
drika, as vezes, acho que somos como as estrelas. temos esse brilho que não sabemos de onde vem, temos essa forca desde dentro de mover coisas com beleza( se soubermos como usá-la) e assim como elas tmb duramos por um certo tempo...nos desfazendo no universo. acho que é por isso que nos idetificamos tanto com elas. Belo poema, amore!
beijos com o brilho de uma estrela de quinta grandeza, Anita.
PS :"É preciso ter caos dentro de si para dar origem a uma estrela bailarina." Nietzche
Lindo Adriana!
Adoro contar e conversar com estrelas, as que bailam no infinito dos meus céus.
Me identifiquei!
Mais que belo!
Parabéns, grande amiga e poeta, estrela de primeira grandeza!
Beijos
Mirse
É sempre muito bom te ler.
Adorei.
Querida poeta, parte destes versos constam de uma das músicas que mais gosto do Belchior: "ora direis..."certo perdeste o senso" "e eu vos direi no entanto, enquanto houver espaço , corpo ,tempo e algum modo de dizer NÃO eu canto..." um destes olhos certamente é o meu, beijo.
Ei, todos vocês, seus comentários fazem tão bem e dão força pra continuar. Agradeço a cada um de verdade. beijos.
Adriana,
Não vi selo no seu blog e acho que não curte. Mas estamos dando um selo para os amigos e quero que saiba que, mesmo não aceitando, foi lembrada por nós.
Beijo grande, menina linda.
Rebeca
-
Senti saudades,
vim te ler.
Belo texto.
Bjs,
Taninha
estrelas eu vi tremeluzindo
brilhantes e faiscantes
ora carambolas
ora romãs
estrelas da noite
e das manhãs
estrealas eu vi, e ascultei
todinhas
enquanto tentava dormair, contando as entrelinhas
do papel
em que escrevo prosa
e poesia:
estrelas eu contei
de lácteas e sanguineas vias
esparramadas
num céu de leite, moça!
ei adriana, lindos seus versos... ora direis, cntar estrelas...Direi!
oi,adriana!...é sempre uma
surpresa!...proezas da mente!
às vezes...a imaginação...de tão fértil, nos diverte! de outras... permite absurdos...e nos assusta!
nos doa o impossível..nos consente o inusitado!
"o monte de pirilampos celestias,
brilham e conversam...piscam e nos
olham".
achei lindo as estrelinhas traquinas! muito bom ,adriana!
bjos
e valeu pelas visitas ao blog
taniamariza
querida Adriana, você me emociona, até, quando comenta sobre o que eu escrevo. Muito obrigada pelas visitas e por esse seu jeito tão atento e atencioso.
um beijo,
Cynthia
olhos cheios de vida!
conheço "ora direis, ouvir estrelas..." na voz do belchior. massa, por sinal.
bj
elas também me olham, adriana. olham demais.
eu lembrei que uma vez, uma professora de educação física mandou a gente contar todos os tijolos das paredes do colégio. tudio a ver com a aula, né? :s
e lembro também do painel na nasa. uma foto quase como essa e a inscrição: essa é a nossa fronteira"...
bom demais, drizuda.
beijo.
Adorei! ;)
Beijos
Olá Adriana,
uns dias afastado da net e chego aqui, poemas e mais poemas, andaste ocupada. é bom demais isso! Parabéns a ti por toda essa euforia poética. com relação ao que acho de teus poemas, é repetitivo dizer mas, SÃO DEMAIS.
Abraço a ti.
daufen bach.
Adriana
Mal comecei a ler o seu texto e me lembrei da poesia de Olavo Bilac.
Gostei muito, não só desse texto, como de outros que li.
Voltarei com certeza.
Quero convidá-la a conhecer o meu blog.
Aguardo sua visita e comentário.
Beijos
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