as montanhas me cobrem os olhos tão longe
e a noite com suas sombras negras não me deixam ver mais
tem os cabelos nascidos para o sol sua lucidez me perturba
na pia espuma branca com pontos negros e cheiro de lavanda
limpo tudo o sabonete no chão
não posso mais compartilhar suas manhãs
seu cheiro misturado ao vapor do espelho
nem a pasta de dente sem tampa
está tão perto
mas não de mim
26 comentários:
Incrível, Adriana!
Consegue fazer de cenas tão corriqueiras, belos poemas! Me encontrei nele, Também!
Beijos, amiga e parceira!
Mirse
"tem os cabelos nascidos para o sol sua lucidez me perturba"
a lucidez é sempre perturbante,assim como a a partida.
beijos
Demais!
Tão perto, mas não de mim...
da uma sensação de que estou vendo o poema pela televisão, ou carta talvez...
Beijão
;)
Encontros e despedidas. "Mande notícias do mundo de lá".
Abração
Lindíssimo, Godoy. Inquestionáveis são a beleza e a fluidez de seu poema. Bravíssimo!
Obrigada por aceitar integrar o maria clara: simplesmente poesia, estamos aguardando a sua estréia, nesta próxima quinta-feira, com indisfarçável ansiedade.
Forte abraço,
H.F.
Que lindo poema, Adriana Godoy.
E que sacada pianista
tire as luvas e continue:
"Coisa que gosto
e poder partir sem ter planos
melhor ainda é poder voltar
quando quero..."
AGod, nenhuma lucidez
diz que é melhor
voce jamais voltar
Embora o sol adora
contrariar a vida
das estações
Quando estamos gostando
e o clima já não pertuba
não precisava mudar
Veja a aquarela do Rafael
as sombras voltaram a ser só
e as cores talvez no estrangeiro
Nossa esperança, Mulher
é que o trem corre em todos nós
como a paz nessa Voz.
"Me abrace e me dê um beijo..."
FIQUE
é do tamanho da montanha o cotidiano. tem o cheiro da montanha, suores e tudos, essa beat montanha.
mas flui...
sempre um bom poema. sempre uma boa tela. se eu tivesse grana, juro, finaciava a família godoy.
AH! aliás, no aeroporto de guaralhos tinha uma exposição: auarelas - lugares de godoy. mas estava fechado. lembrei de vcs no ato.
beijos :)
Como a proximidade
engana, não?
Não basta estar perto.
É preciso estar dentro.
Beijo, Dri!
As imagens que se criam com seus textos (dentro de meu baú de saudades, até, esquecidas)... não dá pra mensurar, mas posso dizer que, entre o "cutucar e fazer doer" que causam alguns e a "emoção alegre" que ficam com outros, vejo a mim mesma (vejo a mim, e como isso é bom: lembrar que eu existo e que pulso e que insisto em estar).
Seus poemas me fazem lembrar de mim, e sobre isso não posso deixar de agradecer a você. obrigada e bjs.
Cynthia
Mirse, obrigada sempre por comentário e presença sempre intensos.bj
Márcia, acho que sim, beijo.
Tomaz, gosto de seus comentários sempre originais. beijo.
Hercília, lindas palvras. beijo
Devir, assim não vale...seus
comentários são especialíssimos e criativos, embora nem sempre os entenda. Mas desta vez, consegui!! Beijo.
Nina, adorei beat montanha, quem será esse godoy em Guarulhos?? uma flor montanhesa procê. Beijo.
Renata, sempre com uma boa tirada. obrigada e beijo.
Cynthia, suas palvras emocionam...fico até meio assim assim, obrigadíssima. Beijo.
Como desmontar este misto de saudade de alguém que está perto, mas não tão perto como se desejaria, quando as nuvens negras partirem, levará os cheiros que gostamos mas que continuam perturbando, e nesse misto de sentimentos vamos refazendo a vida e as memórias futuras.
Adorei, muitos parabens amiga
beijinho
drika,
vc e a cor branca...(rs).
interpretando godoy(rs):
acho que a cor branca pra ti atrai uma sensação de paz;de morte. algo que ali morreu esperando ainda re-nascer de alguma forma ...como um amor que deixou a pasta de dente destampada e voltará(um dia ) quem sabe para tampá-la ,para reconhecer a indferença do está mais presete num olhar do que nas palavras.
beijos amore! amei tudo isso aqui.
ps:e o Rafa arrasando nas telas!
beju.
Adri, gostei desta poética associação de ideais, o clima vai crescendo e denuncia a invasão do quotidiano por quem já não se suporta.
Beijos
Estercita
...tens
a minha
compaixão
e apreciação
fria do belo
texto...
e tb meu bj
Aquela tristeza de não ser e não ter a coragem de ir.
Um lindo poema Adriana.
Beijo.
adriana,
cheqguei aqui pelo blog da nina...tbém sou mineiro, entendo dessses silencios de montanhas e dessas profundidades abissais das almas mineiras...
seu poema reflete e repete os sewntimentos de perdas...tão cotidianas...
abraços mineirais... Danilo.
Adriana, e tudo foge "ao frescor dos dentifrícios e é antigo o meu inferno ao sabor dos paraísos e nada nos interessa e nada do que preciso posso encontrar entre os dentes no provisório sorriso" enquanto as espumas brancas vão desfazendo-se em lembranças, belo, beijo.
parece fim
e está tão perto
longe de mim
(desculpa, não consigo comentar... )
Lindo poema, Adriana. Saudações de BH :)
Putz grila Cunhadão, muito lindo esse aq.
Muito lindo mesmo....
bjão da Cunhadão
Mais uma vez, agradeço a todos e a tantos que deixam seus comentários tão valiosos em meu blog.
Aos que vieram pela primeira vez, será um prazer que voltem.
Aos que sempre me acompanham, o que seria de meu espaço sem suas visitas e comentários?
Queria agradecer individualmente, mas o tempo está curto hoje.
Só ao Bardo uma pergunta: por quê?
E ao Cunhadão: gosto muito quando aparece.
Beijos.
Dri Godoy,
Sua pena está cada dia mais precisa! A ácida visão de cenas cotidianas trabalhadas em poesia nos brindou com um belo texto! Muito bom, minha cara!
As telas do Rafa são muito boas!
Bjs
Só posso dizer que amei!
Tão fundo, fundo...
Beijos
está tão perto
mas não de mim
gostei muito desses versos, que concluem brilhantemente o poema.
Excelente
Tão bom (re)ler este poema...
Belo, belo!
Um beijo, Godoy.
H.F.
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