por uma dúzia de rosas brancas ela se jogou em frente à banca de flores e disse ter perdido o marido naquela tarde. suas lágrimas também brancas invadiram aquele espaço e o coração do florista. debruçou-se sobre o vaso e foi arrancando uma a uma as rosas postas em um belo arranjo. para cada rosa que tirava dava um suspiro e com a outra mão ia formando um novo buquê. assim que completou as doze rosas, ela olhou mais uma vez para o vendedor, completamente paralisado, comovido com sua dor. mandou-lhe um beijo soprado e logo alcançou a esquina sem pressa . em seu rosto, um sorriso de noiva abandonada no altar.
37 comentários:
As rosa dão para tudo, felizmente!
Saudações cordiais.
adriana, por que você está caprichando tanto assim?! me machuca, sô...
que delícia de texto!...
é um curta em cannes...
parabéns!
e que meu coração seja um altar metade em luz e metade em trevas para que a sua noiva possa marcar um xis onde melhor aprouver. amém!
beijo.
Vieira, grata pela visita.
Bardinho querido, assim você me comove, hein? beijo.
Marcos e Luciane, é muito interessante perceber a leitura de outros que não a nossa. Todas as possibilidades são válidas e não posso afirmar qual a mais correta. Isso é que faz do ato de escrever um prazer indefinido. Como já disse algumas vezes, as palavras saem de um fôlego só, apenas dou um retoque para melhor apresentação. Sei que isso não é literariamente correto, mas é assim que acontece. Obrigada pela leitura atenta, o que só engrandece o meu espaço. Beijos.
Uau, Adriana, que forte!
Que nítida, a cena!
Bjo!
Paz. :)
suas rosas falam, e como falam lispectorianas :)
gosto demais da sua prosa. poesia pura. e sempre, sempre esses finais.
bardo, veja, "dói porque é bom fazer doer" ;)
beijo, rosa branca :)
ah, eu juro que retornando a minha terrinha, te jogo brancas ao mar ;) e sabe que vc é a única "desconhecida" a quem fiz isso? rosa-rosa que caminha minha mente ávida de poesia...
rosas procê :)
ah, sim. de quem é a belíssima desmascarada?
...só que voce
não sabe que o
florista sou eu
e ela já tá aqui
comigo, tomando
um vinho. Toda toda...
bj
Talita, que bom que passou essa impressão de nitidez e que vc gostou. Beijo.
Nina, vou adorar essas rosas jogadas ao mar..e fico tão envadecidinha com seu comentário...vc nem sabe o quanto.
Quanto à imagem, meu filho disse que não é dele, mas desconfio....enfim, vou investigar. Beijo.
Guru, então encontrou a moça?? que delícia hein? e regados a vinho...uau!bj
Lindo, Adriana!
Um conto noir -suspense. Tomara que ela tenha fugido!
Eu quis fugir por intuição e não me permitiram. Ah como teria sido melhor.
Belíssimo estilo Sherlock Holmes!
Beijos amiga querida!
Mirse
Belo micro-conto poético. Gostei.
Mirse, não sei o que dizer, só que entendo o seu sentimento e lamento que tenha sido assim. Gostei bastante de seu comentário tão especial. Beijo.
Barone, olha só, você mais uma vez por aqui....quanta honra!!bj
Pude visualizar a cena. Lindo, das lágrimas até o sorriso. E adoro as rosas brancas, sempre se destacam entre as outras. Um belo texto Adriana.
beijos.
drika, sempre fui admiradora das suas prosas ou mini-prosas por assim dizer... sinceramente gosto muito delas. Como vc domina a tristeza dos seus personagens é genial... é sempre uma surpresa.
amei de vero.
beijos e mais beijos pra ti, Anita.
o poema é um altar para a dor das suas rosas brancas.
(tinham que ser brancas?)
(o texto é em prosa, mas quem disse que não é um poema?)
Um beijo.
Anita, muito afetuoso seu comentário, só posso agradecer e dizer que é sempre muito prazerosa sua presença. Beijão.
JC, sim, tinham que ser brancas...agradeço o comentário. Beijo.
Bela prosa!
ai,adriana,que bonito! ..em meio a tantas flores...as brancas ,foram escolhidas...as delicadas rosas brancas. talvez ...nas doze rosas, procurasse o buquê da paz interior.
muito suave a tela...inspiradora.
bjos
taniamariza
"...em seu rosto, um sorriso de noiva abandonada no altar".
Godoy, que mini-continho mais fantástico!? E, a última frase é sim ples mente maravilhosa. Um achado!!!
Amei! Essas rosas brancas guardarei no coração.
Beijo :)
H.F.
Tão bonito!
Tão triste!
Tão delicado!
Não sei o que comentar.
Gostei
Beijo
Claro que precisavam ser brancas...
e, claro, só quem não queria
não viu
o sorriso
este irônico
antes, durante e após
a barbie noiva
voltar prá casinha
Gosto muito do seu estilo
uma pena
sua leveza
arrancada ao vento
Oi Adriana, como não sei se já consertaram as minhas atualizações nos blogs amigos, passei aqui para você visitar meu blog. Há um chamado para uma entrevista do Moacy Cirne no TEOREMA A FEIRA que está nos meus favoritos. NÂO PERCA
Beijos
Mirse
Não sei o que fazer com o seu texto que me emociona, como um furacão contemporâneo formado nos tempos gregos. Já virou lugar comum pra mim estar aqui e pensar que vale a pena: só mais uns minutinhos de arte, como um vício. Vale a pena sempre, ainda mais assim, com essa coisa toda que flui de você sem limites e se esparrama, aqui, nesta página e, também, nas páginas de minhas memórias recentes. Memórias um pouco entristecidas, também, pois que há de tudo na alma, né?
Que os deuses da arte da criação continuem a iluminar esse seu coração, para que ele continue a jorrar gotas do mais puro espetáculo (as mais variadas formas de fazer cor).
Você faz cair por terra aquele conceito tolo de que "quem cria, cala e se afasta dos mortais"; você, ao contrário, cria e fala e dá nome às vozes e é gentil e é humana.
E essa coisa de gentileza, de elogiar, é mais que uma vontade, é o mínimo que posso fazer "dizer que gostei do que gostei", diante de tanta generosidade sua em dividir tanta coisa preciosa, diante de sua generosidade de soltar essa sua voz "fazendo o bem sem importar a quem".
Bj e obrigada!
Fábio, valeu!
Tânia, delicado e inspirado seu comentário. Beijo.
Hercília, ainda bem que gostou..e as rosas são de quem as guardam. beijo.
Daniel, palavras boas. Sua visita ilumina.BJ
Devir, gostei de suas palavras..e do seu entendimento. bj
Cynthia, suas palavras é que são um furacão de elogios. Fico até sem graça e envaidecida, mas se você gostou mesmo é o que vale. Sempre intensa sua presença. beijo.
Adriana,
Gostei muito do mini-conto, a história rende...
Adriana, embora Cartola tenha dito que "as rosas não falam",pelo contrário em seu poema falou alto, abordando um assunto muito delicado que é o desprezo e o abandono na condição humana, texto especial, abração.
P.S. demorei um pouco por conta de problemas na net, desculpa, tá?
Ei, Xará, sempre boa a sua visita. bj
Luciano Fraga, meu poeta querido, um comentário como o seu me encanta muito, a sua sensibilidade é única. Beijo grande.
Adorei teu espaço, é lindo! :)
Gi
" um sorriso de noiva abandonada no altar"
Fiquei pensando nesse possível sorriso.
Terá fugido com um passo miudo?
Chorou?
Pelas doze rosas brancas, eu acrescentaria uma mais, vermelha de sangue e de dor.
E de desamor, também.
Adriana:
é sempre uma honra e uma alegria receber tua visita!
Obrigada pelas palavras sempre gentis...
Bjo!
Paz.
Esplêndido!!!
Repito: você sempre surpreende...
Grande abraço!
Olá Adriana,
Como sempre, bonito o teu texto.
Rosas brancas, Há uma expressão que muito se usa"rosas brncas para o meu amor". Rosas brancas para um amor que partiu, que partiu porque uma relaçao chegou ao fim e, mesmo assim la continua a amá-lo, ou uma relação que existiu e nõ se oficializou, porque entretanto o seu amor partiu e, como na anterior, ela coninuou a amá-lo. Rosas brancas para recordar para sempre o amor vivido entre eles.
Beijinhos
"um sorriso de noiva abandonada no altar" é uma imagem bem construída e inusitada. Parabéns e saudações literárias.
Gisele, obrigada e volte sempre.
Entremares, interessante seu comentário, gostei de sua visita. bj
Renata, uau...obrigada , bj.
JC, que boa visita, seu comentário me abre novas janelas. Obrigada e beijo.
Herculano, saudações e obrigada. bj
Talia, a recíproca é verdadeira. bj
Adoro vir aqui e ver a sua Voz.
Adriana, enquanto o blog não atualiza, vim avisar de uma nova postagem em meu lampejo.
se quiser e puder, adoro sua presença
bjs
mirse
Adriana...
O desfecho que você dá a tua escrita é sempre surpreendente...
Quando eu acabei de ler, percebi um sorriso em meu rosto, tal qual da personagem...
Deixa quieto, Freud deve explicar...rsss
Sem palavras... Parabéns!
Taninha
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