sábado, outubro 13, 2007

Insônia

A noite inútil não terminava nunca
O sono vinha, mas os olhos não fechavam
Vi assombrações nos rodapés das paredes do quarto
Espremidas , cor de barro, querendo sair
Faziam sons estranhos e se moviam
Criaturas horrendas, desfiguradas

Se cresse, talvez rezasse
Mas nada saía de mim
Apenas um medo, um frio medonho
Uma imobilidade assustadora

Os seres pareciam conversar
Confabular, azucrinar
Sei que alguns saíram
E deram voltas em minha casa

Nem meus gatos apareceram
Esconderam-se em algum armário
Acovardaram-se

Mas, finalmente, chegou a manhã
Fechei os olhos
Dormi com a cortina aberta
O sol sobre mim.

3 comentários:

Anônimo disse...

Tenho tido noites assim, na verdade dias inteiros...
Mas logo meus fantasmas se cansarão de mim, do meu choro hoje já menos barulhento e dessa dor no estômago que não me deixa comer. Logo, eles fugiram do meu quarto, da minha casa, da minha vida, pq nunca mais pretendo alimentá-los e em pouco tempo eles morrerão de fome por não mais poder me assustar, por não poder mais tirar nada além de sorrisos. Sei disso, por isso espero.
Bj

Anônimo disse...

Cunhadão,
tá cheio de erro meu comentário....
Qui bosta sô, corrigi aí ou....

Luisa Godoy disse...

adoro como termina esse poema. às vezes o final é que dá o tom do começo e do meio. essas estranhas pontes do tempo, na língua e na poesia...