arte: rascunho para tela: rafael godoy
ainda que o corpo clamee a alma não desista
sinto em mim um deserto morno
a luz que bate de manhã e me faz fechar a cortina
tenta entrar pelas frestas da outra janela
bem-te-vis gritam em desarmonia
cadê os pardais?
os projetos em cima da escrivaninha me olham
os livros que não consegui ler empilhados
e bananas apodrecendo na fruteira
ontem dormi em outra cama
e ouvi : amor, quer café ou suco?
hoje ouço os carros e as pessoas indo pro trabalho
e sei que breve estarei lá misturada a elas
as notíciasapocalípticas do brasil
as atrocidades sem medida e as tragédias
os deuses devem estar dormindo há séculos
esse sol me atordoa quero a noite
e a brisa que soprava do mar
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