minha alma anda pesada
nuvem que não chove
presa nas ruínas do velho mundo
sou como uma gladiadora de mim
os leões me esperam famintos
os labirintos não indicam o caminho
procuro alegria
sim, um dia fui feliz
mas os porões estão mais escuros
minha juventude ficou perdida nas noites da cidade
e nos olhos intensamente brilhantes dos meus filhos
nuvem que não chove
presa nas ruínas do velho mundo
sou como uma gladiadora de mim
os leões me esperam famintos
os labirintos não indicam o caminho
procuro alegria
sim, um dia fui feliz
mas os porões estão mais escuros
minha juventude ficou perdida nas noites da cidade
e nos olhos intensamente brilhantes dos meus filhos
26 comentários:
Adri Godoy,
sua juventude está também na poesia, e ela não envelhece. São os ares do velho mundo, mas no fundo ele é moderno....adorei o texto, mas tá meio down,né?
Cunhadão,
forte esse né? Pesado... denso....
Karnal e Cunhadão, sempre pensem que é o eu-lírico que age...
beijo
Hermosos los momentos ante tu poesía.. se sienten..
Un abrazo
Saludos fraternos..
Nostálgico e belíssimo, Dri!
Beijo!
[todos os palácios do mundo não são mais que um monte de ruínas, adiadas... a palavra, não: das cinza se faz cinza e a ela regressa, da alma se faz corpo e a ela regressa...
assim a poesia lhe sobreviva!]
um imenso abraço, Adriana
Leonardo B.
"minha juventude ficou perdida nas noites da cidade
e nos olhos intensamente brilhantes dos meus filhos"
Godoy,
O poema é todo fabuloso, há frases difusamente memoráveis. Remetem-nos aos labirintos de nossas ruínas, também de nossas quimeras...
Beijo com carinho,
H.F.
↓
Ruim as da gente, mas é a nossa história!
:)
Muito bom, Adriana. Lírico.
Daniel Lopes
Nos dois ultimos versos demonstrou algo que o ser humano tanto quer.
beijos
Perdidos estamos nós, sem juventude e olhos que brilhem tanto!!!!!!!
Puta que pariu! De arrepiar esse, em todos os versos e passagens. Porra, nem sei que palavras usar, causou em mim um misto de orgulho e agonia. A cada poema daqui, tenho mais vontade de ser você. rs.
"minha juventude ficou perdida nas noites da cidade
e nos olhos intensamente brilhantes dos meus filhos"
Esses versos são do caralho!
Beijos, Adriana.
Paes, pô, nem sei o que dizer, valeu! bj
DRI!
Essas ruínas, você as descreveu com sabedoria. Em cada pedaço destroços de histórias, nossas também!
"minha juventude ficou perdida nas noites da cidade
e nos olhos intensamente brilhantes dos meus filhos"
DEMAIS!
Beijos
Mirze
Adriana querida, soturnamente belo! Este final: o brilhar intenso dos olhos dos filhos, é o que mais dói, é de matar. Beijo.
A alma que presa pesa confunde o sentir com o degredo. E acidentalmente esconde-se.
Bjs moça!
tua ruina como o estandarte da flor roída? como o mel despedaçado? como o beijo inacabado?
Lindo, muito mesmo. Bjs
adriana,
o esgarçar do tempo
em fios esfarrapados
em plumas brancas de garças
que se fazem opacas
ocos e parcos os labirintos
não mais ofertam enigmas
nem esfinges:
finjo, finges, fringimos todos
no lodaçal da existência
e o corpo está preso
em limitações dee invernos:
infernos nos precedem
e aprisionam
em nossas almas
que pesam
séculos:
mas mesmo assim, a juventude,
aquela de alma,
teima em brilhar, mesmo
que opaca
em nossos olhos rutilam
ainda, dois diamantes
que fuzilam a tristeza,
e nunca vai ser tarde
para gritar:
caralho, estamos vivos
e a chama ainda arde!
seu poema, lindo, denso, pleno de sentimento de solidão e de angústi9a,
me inspirou-
ou pirou, sei lá!
grande abraço, poeta, vc. voltou em grane estilo - e obrigado pelas visitas e comentários, sempre tão generosos..
Danilo.
adriana,
hoje minha homenagem prá vc. lá no poetas de segunda-
quando puder, passa lá...
abraços
danilo.
Danilo, já fui lá e fiquei toda "metida". Valeu mesmo. Adorei! E obrigada por seus comentários sempre tão ricos, poéticos, especiais. Comecei a segunda bem...Um beijão
...então caia
na noite
meu bem...
bj
Mas as ruínas são belas, mas as ruínas são poesia, mas você - você mesma! - não envelhece. Você se embelece! Conhece este verbo? Inventei agora, é seu.
Um beijo.
de torar,
bj
grande
a partir do umbigo
Minha alma anda como a sua.. pesada, esmagada pelas ruínas do que um dia foi...lindo poema, beijos.
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