segunda-feira, dezembro 27, 2010

canto meio desesperado

arte:rafael godoy

me ensine a percorrer esses
caminhos sem sombras
me diz embora o dia nublado
e os homens cinzas
que a noite vem com estrelas

tenho as mãos secas de agonia
imploro para que preserve os meus olhos
esses ossos e o coração já vacilante
que a morte é certa mas não precisa ser agora

descobri que tenho me escondido em vão
e o meu grito se estende como uma estrada longa e sem volta

vejo em você o que não queria ver em mim
e me assusto sempre
então me mostre o que não sei
e deixe a marca de seu amor

me contamine
nesse dia
que essa febre não vai me matar
pelo menos hoje não

20 comentários:

Talita Prates disse...

intenso,
como é o que vem de você.

adorei a arte do Rafael, um tanto quanto diferente do que costumo ver dele por aqui.

Dri, um beijo enorme,
e feliz TUDO pra vc.

Talita
História da minha alma

Luciano Fraga disse...

Querida poeta, um blues daqueles bem "do caralho", mesmo! Lembrou Lobão: "mas não tente se matar pelo menos essa noite não... essa noite não!" Obrigado pela atenção de sempre, nada, nada abala.Beijão.

byTONHO disse...



Em meio ao desespero,
o canto
do verso esperado!

Um
cor
te na DOR!

:):

Unknown disse...

ou quase de um tudo em ebulição,


beijo

Unknown disse...

DRI!

Tudo que escreve é aula para mim.

Este último do mês de dezembro ultrapassou minhas expectativas!

Você é demais!

Beijos

Mirze

José Carlos Brandão disse...

Neruda fez 20 poemas de amor e uma canção desesperado - olhaí, a vantagem das canções desesperadas é que são também poemas de amor, muito amor. E enquanto há amor, há poesia. E a esperança é a última que morre para alimentar as chamas do amor - com as chamas da poesia.
Beijo.

Adriana Godoy disse...

Talita, fico feliz com sua presença. Valeu mesmo. Beijo

Adriana Godoy disse...

Luciano, depois que escrevi também me lembrei do Lobão. Mas já era tarde pra mudar...fazer o quê. Obrigada pelo carinho de sempre.
Beijão.

Adriana Godoy disse...

Tonho, em meio ao desespero um alnto ler suas palvras. Volte mais! beijo

Adriana Godoy disse...

Assis, ponha ebulição nisso. Grata. Beijo

Adriana Godoy disse...

Mirse,

assim não vale...agradeço seu carinho de sempre e suas palavras tão encantadoras. beijo

Adriana Godoy disse...

JC, também só me lembrei de Neruda depois de dar o título ao texto. Não tinha mais como mudar. Veio pronto como as palavras. Essas memórias ficam escondidas e aparecem de repente. Obrigada pela leitura tão especial. O amor sempre vale ou quase sempre.

beijo

Anônimo disse...

Seus poemas parecem nos fazer pedidos que são inegáveis, venho para lê-los e consumo-os.
Lindo!

Beijo.

BAR DO BARDO disse...

mais uma porrada na boca do estômago do lirismo

gr
eat!

Adriana Godoy disse...

Lara, que bom que gostou e con-sumiu. Muito boas suas palavras. Beijo

Adriana Godoy disse...

Pimenta, então tomemos porradas líricas...isso é bom. Beijo, mestre.

Anita Mendes disse...

drika, esse espelho que tao deixa a imagem disfocada , que tao rouba a sua sombra ...que nao te faz reconhecer quem era,quem é ...tmb ja me refletiu, tmb me reflete ainda. Lindo!um poema para todos os homens cinzas, para todas mulheres de espelhos turvos!
beijos e feliz ano que entra dri! Te desejo muito sucesso em 2011!

Rounds disse...

hoje não! - rs

felicidades!

bj

Hercília Fernandes disse...

"descobri que tenho me escondido em vão
e o meu grito se estende como uma estrada longa e sem volta".

Godoy,

esses versos são "tudos", há uma verdade que toca a alma intensamente, além de belas metáforas.

Parabéns, minha amiga. Seu "canto meio desesperado" é vida e repercute em nós!

Um Ano Novo abundantemente iluminado a você e aos seus,

H.F.

António Gallobar - Ensaios Poéticos disse...

Olá amiga Adriana

Parabens pela poesia intensa, de onde destaco as palavras que bateram fundo

"vejo em você o que não queria ver em mim
e me assusto sempre..."

Sim é isso mesmo, algo mais que pura poesia.

Beijinho e um grande ano cheio de inspiração