os subterrâneos revelam outra cidade
ratos e gente disputam o mesmo espaço
as águas são podres e fedem debaixo do asfalto
carros passam em cima
pessoas vão ao cinema e ao teatro
não olham para baixo
mastigam chicletes e as roupas são de boutique
discutem beckett e o prêmio nobel de literatura
enquanto outros procuram o nosso lar que nunca está aqui
mas em um céu imaginário e monótono
cospem seus pecados e medos
os seres debaixo do asfalto podem atacar
suas sombras assustam
a fumaça é de crack e de dor
os prédios são altos e inatingíveis
há uma cidade que grita apesar do pôr-do-sol
há uma cidade que dorme apesar dos subterrâneos que nunca dormem
49 comentários:
Adriana,
Esse é dos meus. O submundo do submundo, o nível mais baixo da existência humana, que eu acho belo. Mais vivo do que nunca neste teu poema.
Gostei.
beijos.
Marcos, vc é quem diz que fiz isso ou aquilo. Talvez tenha sido proposital ou não. Mas o que gostei foi de sua singular presença. Beijo.
Paes, legal que gostou. Falar nisso, já leu "Os Subterrâneos" de Kerouac. É um dos meus preferidos...Valeu. beijo
Esta poesía que con amor nos entregas.. es magníficamente preciosa..
Un paso inesperado ante tu espacio, me doblego y acaricio así tu presencia escrita…
Pido disculpas por mi ausencia y por este pequeño mensaje, que publico en la mayoría de los blog que visito.
Un abrazo
Saludos fraternos..
Ó fumaceira é la que vc dv ficar
no sbterrâneo.kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk.
Vai se flertar pra outro merdaaa.
Eu vou te perseguir..podes crer!
Um texto forte! Como as cores da realidade.
Adriana, há tempos eu flertava a tua palavra espalhada em comentários de blogs comuns. Finalmente pouso aqui. Assim também - nesse tom - se faz a melhor poesia.
abraço
Mai, obrigada pelo comentário. Volte mais. Assim que der, vou visitar seu blog. Valeu!
Apocalíptico.
Daniel, gosto muito quando vc vem...beijo.
lisongeado, adriana. gostei um bocado dele, pra ler ao som do lou reed. um beijo
Também gostei. Tembém gosto do outro lado da moeda - a vida é muito rica para nos determos apenas nesta ou naquela face. E você fez um peoma forte.
Um beijo.
Bruno B., ainda bem, né? Valeu! Beijo.
JC, acho que é por aí. Beijo.
teu poema me fez viajar numa canção dos racionais mc: o homem na estrada,
beijo
Assis, não conheço essa música, mas vou tentar. Valeu sua presença. beijo
A verdade nua e crua. A que ninguém quer enxergar.
Tem cinco poemas novos em meu blog http://lenjob.blogspot.com e lhe apresento o Castelo do Poeta, http://castelodopoeta.blogspot.com, um super canal interativo de arte. Me fale o que achou, viu?? Abaixo poema.
João Lenjob
Na Nossa Tela
João Lenjob
Se quiser o céu numa tela
Eu o trago até você
Eu lhe dou pincel, tinta e uma aquarela
E as cores, dá você
Venho com estrelas, cometas e uma lua bela
Mas o sol, traga você.
Dance no céu, pintando como bailarina
Que sou platéia pra você
Seja a pintura mais pura, doce menina
Que sou menino pra você
Dê-me o amor da arte mais divina
E do amor faço você.
Ame menina, na nossa tela
Aquarela, eu e você
Se por acaso alguma cor lhe falta
Eu faço em verso pra você
Viro então um poeta astronauta
E fico no céu pra você
Enquanto pinta a nossa pauta
A poesia é feita pra você.
Bonito poema, muito leve e colorido...vou conferir seu blog depois.
Valeu!
é que há mais coisas entre a terra e o inferno do que sonha nossa vã filosofia...
texto muito bom, querida.
Um beijo!
Talita
Muito Bacana. frequentarei esta bagaça e essa foto fumando Derby tá um charme.
Talita, tem muita coisa por baixo do asfalto...beijo.
Oi, Diego, seja bem vindo. Quanto ao cigarro não é Derby , é Carlton...Vou lá conhecer seu blog. Bj
...purgatório...
bj
Pode ser...mas vc é sempre o mestre, o guru. Beijo
permeio entre mundos - e sub
deixo pedaços de mim por todo canto
trago pedaços de outros tantos
do mundo das formigas trago a terra na costas
do mundo das estrelas, o brilho nos olhos
do submundo o medo, a nóia, a faca
no meu pequeno mundo cabe o universo
onde em cacos me perco
e me refaço
Deus!
quanta vida acontece longe -
e muito além - dos nossso olhos.
adriana, teus subterrâneos me levaram ao meu submundo e ao meu espanto diante dos mundos invisíveis que não somos capazes de ver ou que fingimos não ver.
beijo!
Nydia, muito bonito isso que vc escreveu. Obrigada por sua presença tão rara, pelas palavras tão expressivas. Valeu mesmo. beijo
Adriana,esse poema não sei se é uma pedrada, ou uma pedra no sapato de todo um sistema que fecha hipocritamente os olhos para as diferenças e desigualdades sociais tão deslavadamente explicitas que fingem não enxergar, o que leva um ser humano ao sub mundo?
Fica registrado aqui a missão de um poeta, parabéns, beijo.
DRI querida!
QUE COISA LINDA!
Consigo com mais facilidade me ligar nos subterrâneos e compreendi a beleza desse texto. Há vida em toda parte, em diversos aspectos, mas essa vida que beira à margem de uma sociedade pré-constituída, precisa ser evidenciada. E você, minha poetisa querida, o fez com tanta beleza e maestria!
Aplausos!
Beijos
Mirze
P.S. Houve um problema no meu blog e as cinco últimas postagens estão zeradas de comentários. Já devem estar resolvendo, mas caso estranhe, não foi culpa minha.
Luciano, caro poeta, muito me encantam suas palavras. Uma honra sempre sua presença. beijo
Mirse, que comentário mais porreta o seu. Obrigada pela presença carinhosa de sempre. Beijo.
PS: Quanto a seu blog, sem problema.
↓
SUBT.Eяяôneos!
Craques em PUNKadaria!
Bom mesmo!
:)
Há sempre um lado acordado, de vigília.
O Máximo, Dri!
Beijo.
É uma cidade de pessoas bem cultas, né, discutem Beckett e o prêmio Nobel...
:P
ótimo poema
Bjs
Belíssimo poema, Dri! com passagens de tirar o fôlego.
Beijos
Tonho, vc é o máximo! Beijo
Lara, é mesmo! Valeu, menina. Beijo.
Rafael, tem um lado que é assim mesmo. Volte mais. Bj
Lou, sempre seja bem-vinda! Obrigada. Bj
"tua piscina está cheia de ratos, tuas ideias não correspondem aos fatos; o tempo não pára" já dizia o outro poeta, e até hoje repercute.
É por aí, Priscila! Valeu. Bj
para quem vive em qualquer cidade metropole isso é a realidade.
Adriana, que bom ter passado por aqui. Reli hoje o seu comentário, feito em 04/09, acho que última vez que postei algo, e reli 'sair da casca'. Que dó e que dor que deu.
Voltando pelo seu belo espaço, vejo você tão intensa, tão fora da casca, tão você.
Lindo demais esse seu post. Pessoas na casca, mascando becket, discutindo boutiques...
depois de ler você, dá vontade de arrancar a casca à unha e gritar aos Céus!
beijos,
Cynthia
Oi Adriana,
só vc mesmo para retratar o cotidiano de forma tão poética e reflexiva... Muito bom ! Bj com carinho.
so sad, é isso mesmo. Grata pela visita. Bj
Cynthia, vc andava sumida, menina. Gostei de seu comentário e continuo torcendo por vc. Vou ver o seu blog. Bj
Úrsula, se vc disse...beijo
adriana,
passei para ouvir tua voz- e tua voz desta vez cede aos apelos dos deixados fora, dos esquecidos, os olvidados, os mendigos dos banquetes de bunuel e dos becos de mahagony´e não são puro delirio- são sim pura dor e sofrimento, desses que se esconde3m feito ratos e que nos amedontram, quando escapam dos bueiros.
nossa poesia tem que dar luz a essas dores- e voc~4e o faz, com belos versos-
a poesia está em tudo, e em todos os lugares- a sarjeta é apenas mais uma de suas moradas.
abraços
Danilo.
Danilo, que bonito isso que escreveu. Beijão e muitíssimo obrigada. Adoro quando vc vem até aqui e me enche com suas palavras...encher no bom sentido.
Sua poesia é uma bomba relógio jogada em meu colo. Violenta de forma genuína, daquelas que não nos contentamos só com o ler, e relemos outra vez. Gosto da forma que você dá às sombras que habitam nossas cidades e nos antige com as imagens de seu universo. Em contraponto, as discussões acadêmicas acaloradas sobre o livro do ano e o conforto dos apartamentos da normalidade burguesa, negam ver a miséria e banalizam os seres da noite. Fazendo um paralelo com o nome do seu blog, você faz esses ruído e choro lúgubres da madrugada serem verdades insuportáveis aos olhos; ensurdecedoras aos ouvidos. Isso para mim é poesia em sua mais plena forma. Lindo, Adriana. Adorei sua forma de escrever. Envolvente.
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