trago a vida entalhada em contas papéis livros
lembro quando via sessão da tarde e a tarde não passava nunca
hoje as tardes passam e não vejo
a noite vem como o dia
a noite é a mesma
mesmo quando você vem e diz que me ama
então olho o homem que atravessa a rua
e está com flores na mão
o livro que li há dez anos
vai ser o mesmo se o ler hoje?
vejo-o fazendo café
e a minha angústia costurada em seu pijama
e a vontade desesperada de fugir
lembro quando via sessão da tarde e a tarde não passava nunca
hoje as tardes passam e não vejo
a noite vem como o dia
a noite é a mesma
mesmo quando você vem e diz que me ama
então olho o homem que atravessa a rua
e está com flores na mão
o livro que li há dez anos
vai ser o mesmo se o ler hoje?
vejo-o fazendo café
e a minha angústia costurada em seu pijama
e a vontade desesperada de fugir
35 comentários:
o desejo de receber flores não passa do querer fugir à mesmice.
drika, pelo que percebi, nao creio que que o poema seja tao prisioneiro quanto parece ... creio que nele mesmo a personagem se liberta (quando pensa em voar, quando muda a rotina procurando outras maneiras de salvar o dia.) A vejo como uma anti-heroina que salva o seu o proprio mundo ao ve-lo coando cafe!e quem sabe amanha... cha?!
beijos e mais beijos ...
adorei!!!!
DRI!
Da vida entalhada em papéis, da sessão da tarde que não passa nunca, o que eu sentiria saudades, era da vontade desesperada de fugir.
Você é DEMAIS!
Beijos
Mirze
Às vezes a vida entalha e fica talhada como leite que passou da hora.
Beijo beijo.
Não há ninguém que escreva melhor a melancolia mais sincera e real do que vc. Ah... até suspirei, vc sempre deixa uma pontada em mim.
Beijos, grande poetisa!
O poema deixa um forte travo. É sempre bom te ler, Dri!
Beijos
que texto bonito, Drica. Dá dó de ler de tão lindo; tanta lembrança evocada; palavras várias, profundas e costuradas com o talento que só você, mesmo.
um beijo
↓
De entalhe em entalhe
Detalhes...
A vida entalhada nos encalha...
O desespero se apresenta na mesmice
de tanta informação que nos chega,
produzindo esta sensação de nada
de NOVO há... por isso o tempo corre,
e não alcançamos mais!
Quero um café!
Be:)os!
Show!
Identifiquei-me com o seu espaço, com os seus escritos...
Virei sempre.
Abraço
Ribeiro Pedreira, boa interperetação. bj
Anita, vc faz meu texto ficar mais interessante. Valeu mesmo! beijo.
Mirse, vc sabe como ninguém captar a essência mais melancólica. Obrigada. beijo.
Dade, é por aí mesmo. Valeu!
Lara, sua sensibilidade me encanta. beijo.
Lou, trava mesmo...beijo.
Cynthia, que lindas palavras. Valeu sua presença sempre tão carinhosa. beijo.
Tonho, seu comentário é um desbunde...adorei. beijo
Zélia, um prazer sua visita. Volte mesmo. Bj
o todo é demais, mas que coisa linda: "a angústia costurada em seu pijama". nossa.
e eu não serei a mesma quando ler esse poema em dez munutos.
beijos, querida.
Que genial! Gostei muito, um dos que mais gostei dos seus.
vejo-o fazendo café
e a minha angústia costurada em seu pijama
Muito bom!
Adriana...
Um texto onde senti uma angustia com vontade de soltar um grito de liberdade!
BeijOOO
AL
Adriana,
você tem um jeito tão forte de dizer as coisas que, às vezes, assusta. Tudo em você é incisivo e único, e ao mesmo tempo tão poético e doce quando diz que via a sessão da tarde e a tarde não passava nunca...(isso é lindo!) você não o vê fazendo café, mas mira-o à distância com a certeza de perdê-lo (ou afastá-lo!??). Parabéns!
Mauro Lúcio de Paula
Adriana,
Huummmm...
Pelo jeito, o livro terá gosto de café requentado.
Será o tédio nossa mais cotidiana dor?
Um beijo.
Oi Adriana,
bonitos e expressivos versos... Você descreve coo ninguém sobre o cotidiano , suas nuances e sentimentos que ele suscita... A tela Do Rafael mais uma vez caracterizou de forma especial o poema. Bj,
Úrsula
Adriana, grandiosa como sempre, um poema de libertação e o retrato de nossas dúvidas existenciais, nossas incongruências, aberto como o livro... beijo.
Um estágio seguinte
ao meu "Disparates"?
Amei o poema!
Beijo,
Doce de Lira
Ai, a melancolia da rotina, da mesmice... Deu uma dor ao ler...
As angústias são tão parecidas, mas você descreve com genialidade, Dri.
Ai ai...
bj
Rossana
saio daqui sempre "impactada" com o força da tua escrita, Adriana.
Sou fã.
Um bjo,
Talita.
Minha amiga, este teu poema é ducaralho. Gostei muito. E a ilustração é também um primor.
Ótimo fim de semana.
Beijos
Nina, Tenório, A.S., Mauro, Úrsula, Marcelo, Luciano, Renata, Rossana, Fred...gostei imensamente de cada comentário...só posso agradecer e, infelizmente, agora, não posso retribuir as visitas. Estou em um trabalho puxadíssimo...mas assim que puder, atualizo minhas leituras. Valeu mesmo! beijos e beijos.
A fuga é lírica e o temor do que foi só um prenúncio. Bjs moça e obrigado!
Muito, muito bom Adriana. Que dom da escrita vc tem. Bj
o verso do pijama já é um poema
poema de bom poeta
namastê
... a sensatez distorcida do dia
Dri
e a minha angústia costurada em seu pijama e a vontade desesperada de fugir
A rotina se costura na pele...
Lindo, lindo, lindo!
Tuas palavras passam esta sensação de querer libertar-se!
Bjão
adriana e sua poesia sedutora, encantadora, sublime...
bj
...então fuja!!!
e tome um bj
como incentivo
Rod, Lai,Bardinho, Yan, Wania, Buenas...nossa, fico assim...assim...com esses comentários. Obrigada pela presença e atenção. Beijos
Bardo, finalmente me deu a honra de sua presença...tava com muita saudade.
PS: AINDA ME ENCONTRO EM UM TRABALHO DE REVISÃO QUE ESTÁ ME TOMANDO TODO O TEMPO. MAS, LOGO, LOGO, ESTAREI LIVRE PRA PODER VISITAR MEUS PREFERIDOS.
BEIJOS
às vezes me desespera entender que essa angústia é minha, como são meus braços, minhas pernas, meus pés... que - graças a deus?! - morrerei com isso.
Lindo poema, querida.
É o dia a dia, a rotina que nos faz sentir assim. Por vezes, deixamos da dar valor à pequenos detalhaes, que só sentimos falta quando perdemos.
Bj.
Poema forte, de doer. Gostei, Adriana.
Um beijo.
Legal, Adriana!
Fazia tempo que não passva aqui...
Bjs
Lindíssimo o teu blog, Adriana! Cheguei aqui no rastro de outras belas Marias Claras! Bjos, carinho!
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