quarta-feira, fevereiro 17, 2010

enquanto dorme

 
estudo para aquarela/ rafael godoy
enquanto dorme
um homem se atira do oitavo andar do prédio ao lado
e um cão perdido se estende ao sol no meio da rua
três carros capotam na estrada
e alguns pardais tomam banho na água suja

enquanto dorme
a chuva inunda uma cidade inteira
e ratos se escondem nas casas junto às pessoas desesperadas
e aparece uma flor no vaso da nossa janela


enquanto dorme
me deito ao seu lado
e olho para o seu rosto calmo e sereno
para o seu rosto calmo e sereno

38 comentários:

Marcelo Novaes disse...

Dri Godoy,



Seja quem for Rafael Godoy [muito ligado a vc, naturalmente...], a ilustração está muito boa.


Alguém está calmo no meio disso tudo... Um instantâneo desses dias que correm/ voam/ afundam.






Um beijo.

Anônimo disse...

Dri...

Que boa essa paz...

Beijo.

Adriana Godoy disse...

Oi, Marcelo,

O Rafael é meu filho e as ilustrações eu as "roubo" quando dá. Depois é que falo com ele.

O texto é um instantâneo mesmo, cenas docotidiano.

Obrigada pela presença. beijo.

Adriana Godoy disse...

Renata, obrigada , volte sempre.

Furlan disse...

Delícia de texto: o mundo lá fora, o mundo cá dentro...
Abraços de duas asas!

Fabio Rocha disse...

Lindo demais, Dri, achei um dos seus melhores. O que mais podemos querer na vida do que o rosto de um ser amado dormindo sereno ao lado, o mundo se explodindo lá fora?

Beijos

Unknown disse...

Maravilha, DRI!

Seu filho é DEZ!

O poema está tranquilo enquanto dorme, talvez num lençol de seda...quem sabe em águas turvas de um rio!

Beijos

Mirse

Adriana Godoy disse...

Le Vautour, delícia seu comentário. Beijo.


Fábio, fico muito feliz que tenha gostado tanto. Uau! Isso é muito bom. beijo.


Mirse, sua presença sempre tão carinhosa e atenta. Agradeço por mim e pelo Rafa. Beijo.


Marcos, a intenção era essa: ambiguidade. Quanto aos desenhos do Rafa, posso dizer que ele foi aluno algum tempo da escola de Belas Artes da UFMG e esses trabalhos que eu pinço são do arquivo dele que está no meu pc. Às vezes ele fica bravo, mas depois se conforma. Isso sim é laudatório. beijo.

Marcia Barbieri disse...

Muito bom mesmo!!!O paralelismo das horas, pra uns desespero pra outros calmaria.

beijos

BAR DO BARDO disse...

o fio da sua navalha disseca meus demônios

ai

BAR DO BARDO disse...

ah

seu filho é maravilhosamente

(e fiquemos no advérbio)

Léo Santos disse...

Bela imagem e Belo poema!

Parábens por tudo que é Belo nesse teu blog!

Um abraço!

Adriana Godoy disse...

Márcia, quanto tempo. Que bom que apareceu. Obrigada pela presença tão querida. beijo.

Pimenta, meu filho....sem advérbios.hahaha.. adoro quando vc vem. beijo.


Léo, agradeço, beijo.

Rounds disse...

adriana,

foi esse cão aí que me mordeu anteontem - rs

bj

Luciano Fraga disse...

Minha querida poeta, um verdadeiro tapa na cara esse poema,tem muita gente dormindo em todos os sentidos...Maravilha de imagens do Rafael, beijo.

Vinícius Paes disse...

Pois é no ápice do sono que os sonhos acontecem, dentro de fora de nossas cabeças. Lindo poema, Adriana.

Beijos.

guru martins disse...

...como tu
é trágica,
mulher!!!


mas eu tbj
assim mesmo

tania não desista disse...

lindo dri!
dormindo saimos momentâneamente do jogo perigoso do cotidiano.
se gozamos de paz ou não nos sonhos...é outra história!
um pouco de tranquilidade pra quem nos observa e deita ao nosso lado
...é bom!
bjo nosdois... artistas das letras e pincéis
taniamariza

Adriana Godoy disse...

Buenas, os cachorros estão soltos...beijo.


Marcos, tipo...


Luciano, é tão especial sua presença sempre. Beijo.


Paes, acho que sim. Obrigada e beijo.


Guru, eu, trágica? Faz parte. Beijo.


Tãnia, bonito seu comentário.Obrigada. Beijo.

José Carlos Brandão disse...

Muito boa a ilustração do Rafael.
Lembra bem este nosso mundo conturbado... e, no entando, mantemos a serenidade - ou mantemos a serenidade ou enluquecemos, não?
Beijo.

sopro, vento, ventania disse...

Pra variar, Adriana, você me emocionou e fez calar tudo. Ficou tudo quieto ao meu redor.
E duas ou três lágrimas estão aqui, agora, exatamente agora, escorrendo pelo meu rosto (ladeira abaixo).
Depois de ler seu mundo lírico: muita coisa pra pensar e quase nada a dizer, só calar (e, talvez, rezar pro mundo se acalmar - e rezar junto pra tudo melhorar).
bj.

Adriana Godoy disse...

JC, em um momento enlouquecemos, em outro, ficamos mais serenos. É a dualidade sempre presente em nosso universo. beijo e obrigada.


Cynthia, sua sensibilidade sempre. Obrigada por sua presença tão carinhosa. beijo.

Lou Vilela disse...

Uns dormem, outros nos deixam silentes, reflexivos... ;)

Beijos

Renata de Aragão Lopes disse...

E quando é que acordamos?

Um beijo, querida!
Lindo poema!

Adriana Godoy disse...

Lou, é isso, obrigada. Beijo

Renata, boa pergunta...valeu, beijo.

Joe_Brazuca disse...

sua poesia é de adága e mel...

demais !

bj

Rafa Godoy disse...

Joe, quanta honra! Obrigada. Bj

Aprendiz do amor disse...

muito bom, dá até um medo de dormir... ou de acordar.

Rafael R. V. Silva. disse...

o rosto calmo e sereno perdido(ou achado) em sonhos. o mundo lá fora gritando. dentro do quarto, um outro lugar fora do tempo e do espaço, o tempo parado.

beijão!!!

Unknown disse...

Olá,

Um olhar pode valer por uma
"VIDA INTEIRA",mesmo fezendo
isso todos os dias.

Muito bonito seu poema Adriana e a ilustração entâo...lindo d+.

Abçs

Ana Lago.

Lisa Alves disse...

lá fora ouço o barulho dos insones.

belo poema! :)

Adriana Godoy disse...

Joe, Jéssica, Rafael, Ana, Lisa

Agradeço a presença de vocês. Isso me dá um enorme prazer. Beijos.

Joe, onde se lê Rafa,leia-se Adriana.

nydia bonetti disse...

Adriana, achei que o poema ia tomar um rumo e ele tomou outro. Gosto muito de poemas assim, que "confundem" o leitor, pra se revelar inteiro e pleno, no final. Bom demais, beijos!

nydia bonetti disse...

O trabalho do teu filho é bárbaro! Ache este, especialmente belo. Bjo.

Ígor Andrade disse...

Tocante!

Abraço!

Batom e poesias disse...

Uma crítica, uma mera contatação?

Não importa.
O poema é lindo e passeia por onde quer, vendo tudo! A poesia é onipresente.

Adorei, Adriana
bjs
Rossana

Úrsula Avner disse...

Oi Adriana, você é mestra em retratar o cotidiano de forma poética. A tela do filhote é linda ! Bj com carinho.

Anônimo disse...

Gostei de tua voz =)