terça-feira, março 10, 2009
terra minha
trago em mim o cheiro de minha terra
ruas cinzentas e sujas me atravessam
montanhas cercam a cidade
e me prendem em seu mistério
minha pele impregnada da noite
iluminada por neons lua e asfalto quente
carros trafegam em meus sonhos
e as buzinas estão bem embaixo
da janela aberta timidamente
as esquinas invocam os bares
que sempre estão dentro de mim
nas veias dilatadas e poéticas
a cidade chama e eu atendo
senhora e escrava
de suas entranhas corrompidas
e mesmo em além-mar ou em terras geladas
e nos mais distantes horizontes
trago em mim o seu gosto e sua infância
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32 comentários:
"a vida aqui só é ruim quando não chove no chão, mas se chover dá de tudo fartura tem de porção...só deixo meu cariri no último pau de arara...", sempre nossa terra, nosso chão, belo, muito belo, abraço.
"a cidade chama e eu atendo
senhor e escravo
de suas entranhas corrompidas"
Drika, nesse poema podemos sentir o cheiro da terra , vemos também, um doce patriotismo estadual intrínseco na nostalgia da palavras.
belo poema e bela terra!
beijos pra ti.
Anita.
Luciano, sempre um toque mágico em meus poemas, é sempre muito boa sua visita. Bj
Anita, tive que mudar o gênero de "senhor e escravo", para "senhora e escrava", obrigada pelo seu comentário tão gentil. Beijo.
adriana, agora começo a entender. vc tem um quê de beat generation. e o seu francês afiadíssimo deve ter sido apreendido com ginsberg na época em que ele peruava por paris.
daí, também, a filosofia... o fumo, uma garrafa de vez em quando...
bom texto.
Pimenta, assim você me deixa sem graça. Obrigada pelo comentário. Beijo.
Belo, Adriana.
A cidade com as suas cores cinza nos acompanha os passos, configurando um espaço neo-idílico pós-moderno.
Também sinto afeição por brumas, nuvens e mares bravios. Ou melhor esquinas, bares e fumaças de cigarro...
Forte abraço, querida!
H.F.
é o bom lar, doce lar de sempre.
neste momento estou em minha cidade natal e ela é simplesmente maravilhosa. levo muito daqui pro mundo comigo!
bj
Hercília e Buenas, é isso mesmo, e a nossa terra vai por onde vamos.Que comentários deliciosos. Obrigada, sempre. Beijos.
É sempre muito bom estar em casa. E esse seu texto dá a mesma sensação. Belo.
bjo.
Nasci no interior do Rio, vim morar na capital aos 19 anos. São essas rflexões que faço sem querer toda vez que faço o caminho de lá para cá. Do interior para a capital.
Aquele trecho do Joyce me derrubou. Quanto aos sonhos, comi um o outro era ficção. rs.
Beijão.
Eu moro em uma capital com estilo de interior... Mas, me identifiquei bastante com seu poema. O cinza da poluição e o prazer da boemia são comuns na vida urbana do brasileiro.
Gostei bastante.
Beijo.
V.M.Paes, Rafael,Tomaz é bom saber que há uma identificação, ainda que por caminhos diferentes. Obrigada pelos comentários. Beijos.
"as esquinas invocam os bares
que sempre estão dentro de mim"
Claro que BH não se resume a bares e esquinas, mas esquinas e bares são a cara de BH.
Bom poema, Adriana.
Beijos
Dentro de nós está sempre o cheiro do sítio donde nascemos, da cidade, da vila ou da aldeia. O cheiro da terra, o cheiro de tudo o que nos rodeia.
Eu que vivo numa aldeia, está sempre dentro de mim o cheiro da terra, de terra por vezes seca e que a cuva molha. Como é bom este cheiro...
Beijinhos
sempre a marginalidade, a noite e o urbano em você. Adorei!!!!
desculpe a ausência, estou sem computador
Fred, JC e Márcia é bom compartilhar com vocês o cheiro da terra. Obrigada e beijos.
Amei, Dri, você sabe que adoro essa nossa terra, mesmo que em horários diferentes dos seus... Lindo mesmo!
Beijos
Andrea
ouves as memórias infiltradas em ti.
até ao osso.
mt bonito. o fim nao desilude. é sempre o mais dificil nos poemas.
T.
...bela e dinâmica
maneira de desfilar
suas origens...
bj
Muito bom. Obrigado pelas visitas. Grande abraço.
nem caetano faria melhor por sp. acho que em julho terei mais que trabalho e mais gente a conhecer (vou praí em julho. quem sabe teus botecos. rs). belíssimo. uma declar-ação de amor. e rico na poética. mui bueno. mui. mui.
e essa sua foto.. rs.. adoro ela :)
Andrea, Pedro, Texto-Al, Anjo Baldio, Guru, Nina, mineirismos à parte,bom demais da conta, sô!! Só posso agradecer. Beijo.
PS: Nina, qual foto ? A minha ou de Beagá?
Os mineiros e Minas sempre me fazem feliz, e vejo que as montanhas cercando-te só lhe inspiram mais a fazer bela poesia!
BH e tão linda! Nunca vi nela, além dos morros, do verde, da doçura das gentes.
Essa declaração que fez para BH me leva ao meu sentimento pela Sampa - no tão perto longe de mim, aqi no sertão. A cidade onde enterramos nosso umbigo vem junto. Sampa veio comigo. È feito mãe. Carrego-a dentro, sempre .
Obrigada, Adriana, pelo momento de enlevo pela cidade nossa de cada dia.
Muito legal, esta declaração de amor à sua cidade, em suas nuances e lembranças.
Um abraço.
ah!
essa cidade que promete
promessa acorrentada no nome
belíssimo poema adriana!
belíssimo!
abraços mui ternos,
Obrigada a todos que comentaram. Isso dá um feedback incrível. Beijos.
uma cidade morando dentro, me identifiquei muito com esse poema. Lindo mesmo.
bjos
Coisa mais linda. A cidade da nossa infãncia é sempren a nossa cidade. Faz parte de nosso corpo é um pouco do coração da gente.
Não conheço bh, mas tenho uns parentes que moram aí e adoro o pessoal do clube da esquina. Meus pais são de montes claros, terra do Beto Guedes.
Beijos,
Daniel
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