não eu não respiro poesia nem vivo por ela
não me sinto poeta nem outra coisa que o valha
vivo na rotina dos dias incansáveis
e às vezes fecho a janela para não ver a manhã
sou como tantas
talvez um pouco mais triste
e quando menos espero
sinto que as palavras vêm
e tenho que escrevê-las
mas isso não é poesia nem ser poeta
é tirar do café que tomo um gosto diferente
é olhar os carros na rua e pensar em poentes
e quando li nina hoje
me deu a sensação de que as palavras não viriam nunca mais
e olhar uma aranha na parede vai ser olhar uma aranha na parede
e nada mais
talvez esse não seja meu último poema
mas o velho buk sabia:
"se você está morto
você podia também ser enterrado
e jogar fora a máquina de escrever
e parar de se enganar com
poemas cavalos mulheres a vida:
você está entulhando a saída- portanto saia logo
e desista das
poucas preciosas
páginas."
(escrito a partir da leitura de nina rizzi in: ellenismos)
não me sinto poeta nem outra coisa que o valha
vivo na rotina dos dias incansáveis
e às vezes fecho a janela para não ver a manhã
sou como tantas
talvez um pouco mais triste
e quando menos espero
sinto que as palavras vêm
e tenho que escrevê-las
mas isso não é poesia nem ser poeta
é tirar do café que tomo um gosto diferente
é olhar os carros na rua e pensar em poentes
e quando li nina hoje
me deu a sensação de que as palavras não viriam nunca mais
e olhar uma aranha na parede vai ser olhar uma aranha na parede
e nada mais
talvez esse não seja meu último poema
mas o velho buk sabia:
"se você está morto
você podia também ser enterrado
e jogar fora a máquina de escrever
e parar de se enganar com
poemas cavalos mulheres a vida:
você está entulhando a saída- portanto saia logo
e desista das
poucas preciosas
páginas."
(escrito a partir da leitura de nina rizzi in: ellenismos)